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Semana passada, São Paulo teve dia de setembro mais quente da história

12.set.2019 - Pedestre usa sombrinha para se proteger do sol forte na Avenida Brigadeiro Faria Lima na última quinta Imagem: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Daniel Lisboa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/09/2019 04h01

Resumo da notícia

  • Na quinta-feira (12), SP registrou 35,9°C
  • Foi o dia de setembro mais quente desde 1943
  • O recorde ainda é 37,8ºC, de outubro de 2014

Na última semana, na quinta-feira (12), com 35,9°C, a cidade de São Paulo teve o dia de setembro mais quente desde o início das medições do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em 1943.

Olhando para a série histórica do instituto, nota-se este nível de calor já foi exceção na história da cidade. Mas, recentemente, parece caminhar para virar regra.

Em 1961, a temperatura mais alta registrada em São Paulo era 35,2°C. O recorde demorou 24 anos para ser batido - 35,3ºC, em 1985. Depois, mais 13 anos foram necessários para que um nível de calor mais alto fosse anotado — 35,6ºC.

Mas de lá para cá, intervalos menores de tempo se sucederam entre os diversos recordes de calor.

Recordes de calor em SP, segundo o Inmet

  • 1961: 35,2ºC
  • 1985: 35,3ºC
  • 1998: 35,6ºC
  • 1999: 37ºC
  • 2014: 37,8ºC, em outubro - recorde até o momento

"Os recordes de temperatura alta com cada vez maior frequência acompanham uma tendência mundial", diz Estael Sias, meteorologista e diretora da Metsul.

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Além dos recordes, é preciso olhar os detalhes para entender a intensificação do calor paulistano.

Até 1998, temperaturas de 35°C ou mais eram pouco frequentes, mas passaram a ser mais corriqueiros: há, de lá para cá, 14 registros, sendo 11 na década atual.

Meteorologista da Climatempo, Matias Sales afirma que "vale o alerta" para a onda tórrida.

"Vale ressaltar que são temperaturas máximas [registradas nos últimos dias] muito acima da média para setembro, quando costumam ficar por volta de 24°C", afirma.

Por trás das altas temperaturas, especialistas apontam dois fatores.

Se a urbanização é indiscutível no processo de aquecimento paulistano, os estudiosos ressaltam que o auge do crescimento da cidade se deu entre os anos 1950 e 1980, e não nas últimas décadas. Há, eles apontam, portanto outro elemento pressionando o aumento da temperatura local — o aquecimento global.

"Hoje, a sucessão de recordes de calor não pode ser mais explicada pelo chamado efeito de ilha de calor urbano de natureza microclimática", diz Estael.

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