Topo

Unicef alerta que 300 mil pessoas estão sem água potável em Beirute

28/08/2020 15h04

Beirute, 28 ago (EFE).- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse nesta sexta-feira que 300 mil pessoas, incluindo 100 mil crianças, ainda enfrentam a falta de acesso a serviços de água potável e saneamento em Beirute, três semanas após a explosão no porto que devastou a cidade.

"As explosões agravaram uma situação já precária em termos de acesso à água potável e saneamento na área metropolitana de Beirute, com um número significativo de caixas d'água e sistemas de encanamento danificados em prédios próximos à explosão", disse a agência da ONU, em um comunicado divulgado hoje.

O Unicef aponta 130 edifícios na área afetada que foram "completamente desligados da rede principal de água" e mais de 500 estão com sistemas de água danificados.

"A maioria das famílias afetadas vivia em prédios com acesso regular à água potável antes da explosão e os danos são diversos: principalmente a infraestrutura deve ser reparada e os tanques de água devem ser substituídos", disse Olivier Thonet, chefe de Água, Saneamento e Higiene da Unicef Líbano, à Agência Efe.

A agência disse que a situação é "particularmente crítica" para cerca de 300 mil pessoas, incluindo cerca de 100 mil crianças, cujas casas foram danificadas ou destruídas na explosão.

"Uma das nossas prioridades imediatas era garantir que as crianças e famílias afetadas, bem como as equipes de socorro, tivessem acesso a água potável", disse a representante do Unicef no Líbano, Yukie Mokuo, em comunicado.

Ela afirmou que já conseguiram atingir "mais de 6.650 crianças e suas respectivas famílias", embora tenha lembrado que "há muito mais a fazer e o tempo é essencial".

"Como os casos de Covid-19 continuam aumentando, é mais vital do que nunca garantir que as crianças e suas famílias tenham acesso a água potável e saneamento", acrescentou Yukie Mokuo.

No último dia 4, uma explosão de origem desconhecida de 2,75 mil toneladas de nitrato de amônio que havia ficado sem vigilância por seis anos no porto de Beirute causou a morte de 182 pessoas e feriu mais de 6 mil, além de devastar completamente alguns bairros da capital.

Mesmo que antes da explosão os casos do novo coronavírus vinha aumentando no país, a deflagração foi um gatilho para que os registros diários de infecções, com a desvantagem de que quatro hospitais e metade dos postos de saúde de Beirute terem sido fechados pela explosão.

Ontem, o Líbano confirmou 689 casos de Covid-19, o maior número diário registrado desde que a primeira infecção em fevereiro. Com isso, o país tem até o momento um total de 14.937 casos e 146 vítimas. EFE

ijm/phg