França tem recorde de emissões de CO2 procedentes de incêndios florestais

Paris, 12 ago (EFE).- Atingida por uma das piores ondas de incêndios de sua história, a França registrou emissões recordes de carbono procedentes dos gases emitidos por eles, informou nesta sexta-feira o Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copernicus (CAMS, na sigla em inglês) da União Europeia (UE).

O órgão, que também analisa os níveis de poluição de Portugal e Espanha através do satélite Copernicus, constatou que os incêndios florestais na França provocaram um pico de emissões desde 2003, quando começaram as medições deste tipo.

Mark Parrington, cientista do CAMS, afirmou que as sucessivas ondas de calor têm promovido incêndios no sudoeste de França e na Península Ibérica e advertiu que estes incêndios "têm impacto na qualidade do ar na região".

A França já contabilizou cerca de 50 mil hectares consumidos pelas chamas neste verão no hemisfério norte, o triplo da média registrada na última década.

Esses dados, que correspondem aos meses de junho, julho e o início de agosto, foram divulgados em um período em que a França combate vários incêndios, o maior deles no departamento de Gironde, no sudoeste do país. Lá, ao menos 7,5 mil hectares foram queimados nos últimos dias e 10 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Embora as chamas não tenham avançado significativamente nas últimas horas, as autoridades francesas, que têm cerca de mil agentes de prontidão para o combate aos incêndios, já começaram a receber reforços humanos e materiais de vários países da UE, incluindo Romênia, Polônia, Áustria e Alemanha.

Grécia e Itália cederam, juntas, quatro aviões anfíbios Canadair, que se juntarão às dezenas de aeronaves que já estão despejando água nos focos de incêndio em Gironde.

Além desse incêndio, outro preocupa em particular as autoridades, na floresta de Broceliande - local de peregrinação para os amantes da mitologia -, na Bretanha francesa, onde já foram destruídos cerca de 230 hectares.

Para fortalecer ainda mais o combate às chamas, o governo francês apelou a empresas públicas e privadas para que concedam folgas aos funcionários que são bombeiros voluntários para que possam ser mais facilmente mobilizados.

Embora ainda esteja de férias no forte de Bregançon, o presidente francês, Emmanuel Macron, continua monitorando a situação e saudou em mensagem nas redes a chegada de bombeiros da Polinésia Francesa para combater os incêndios em Gironde. EFE