Topo

Seca faz reaparecer na Alemanha pedras centenárias que alertavam sobre a fome

16/08/2022 18h28

Berlim, 16 ago (EFE).- A forte seca na Alemanha está deixando descoberta as chamadas Hungersteine (Pedras da Fome), que contêm alertas - em alguns casos centenários -, relacionados com o perigo da fome que existia no passado pelo baixo nível de água nos rios.

"Se você me vê, chora", diz a inscrição em algumas das pedras, que estão visíveis e fazem parte de uma grande tradição que remonta ao século 15.

Essa legenda aparece, por exemplo, em uma pedra achada no rio Elba, que é datada de 1616.

No século 19, muitos viajantes, em momento de seca, se depararam com as Hungersteine e fizeram inscrições nelas, colocando, por exemplo, a data da passagem pelo local, como acontecia na região da Saxônia, segundo publicou o jornal "Sachsische Zeitung".

A seca atual na Alemanha fez com que o nível dos rios chegasse a níveis históricos, o que fez com que fossem reencontradas as Hungersteine, que ficaram esquecidas por muitos anos.

No Elba, a inscrição mais antiga data de 1417. A advertência "se você me vê, chora", foi relacionada com o fato de uma das consequências da seca é a colheita ruim, que poderia desencadear um período de fome na população.

Atualmente, o baixo nível dos rios na Alemanha implica menos na produção dos alimentos e mais no transporte fluvial.

Segundo a Confederação da Indústria Alemã (BDI), isso ameaça as cadeias de distribuição e pode afetar toda a atividade econômica no país.

Além dos problemas para a indústria, o baixo nível dos risos representa uma ameaça ecológica.

O aumento da temperatura da água e a pouca quantidade, segundo especialistas, é uma combinação tóxica para peixes e outros animais.

"Temos pouca água no rio Rin devido à seca. Além disso, temos altas temperaturas, que é tóxico para habitantes da região", afirmou Karsten Brandt, especialista em assuntos climáticos, á revista alemã "Der Spiegel".

Segundo a fonte, estão acontecendo o que modelos sobre mudança climática previram durante anos, embora, durante certo período de tempo, tenha existido esperança de que Alemanha e Europa Central seriam menos afetadas pela crise. EFE