Milton: qual a diferença de furacão, tornado e tufão? Qual é o mais forte?

O furacão Milton, com ventos de até 250 km/h, já originou vários tornados no sul do estado. O fenômeno se formou no Golfo do México e se intensificou devido às altas temperaturas das águas na região.

Mas o que é, afinal, um furacão e quais são as diferenças para outros fenômenos meteorológicos?

Furacão é um tipo de ciclone tropical. Ciclone é o nome genérico para ventos circulares, como ocorrem em tornados, furacões e tufões. O que diferencia um fenômeno do outro é a velocidade atingida pelos ventos e também onde eles ocorrem.

Os ventos de um furacão giram em torno de 119km/h ou mais. Quando acontece no hemisfério sul, os ventos giram no sentido horário, enquanto no hemisfério norte, no anti-horário. O fenômeno surge no mar do Caribe ou nos EUA, mede de 200 km a 400 km de diâmetro e pode durar vários dias —até atingir a terra firme, perder força e se dissipar.

O tornado é o mais forte dos fenômenos meteorológicos, com alto poder de destruição. Menor e mais intenso que os outros tipos de ciclones, ele dura aproximadamente 20 minutos e pode ter ventos de mais de 400 km/h —quando não é de alta intensidade, seus ventos vão até 160 km/h. Quanto à largura, pode ser menor que 30 metros ou atingir até 2,5 km.

Geralmente, acontece em zonas temperadas do hemisfério norte e se forma em terra, diferentemente dos furacões.

Já o tufão é o nome que se dá aos ciclones formados na parte ocidental do oceano Índico e também no sul da Ásia. O fenômeno surge no mar da China e, então, atinge o leste asiático.

Encontro entre ar quente e frio

Ciclone é um tipo de tempestade violenta. O fenômeno tem ventos que superam os 50 km/h e acontece em regiões tropicais e subtropicais.

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Os ciclones extratropicais são formados pelo encontro entre ar quente e ar frio. Durante esse encontro, o ar úmido e quente sobe para as camadas mais altas da atmosfera, enquanto o ar gelado desce. Isso gera uma área de instabilidade, com ventos fortes, chuva e frio. Assim, pode se formar o gigante giratório com até três quilômetros de diâmetro.

Os ciclones são formações naturais, mas estão cada vez mais frequentes e violentos. A crise climática deixou a Antártida mais quente, o que tem alterado a dinâmica entre os ventos quentes e frios.

Segundo especialistas, a crise climática vai produzir ciclones em regiões onde não existiam, os tornarão mais frequentes e agressivos. Não à toa, a região Sul enfrentou ciclones violentos nos últimos anos.

O furacão Milton

Milton recuperou força ao longo da tarde de ontem. Ele atingiu ventos com velocidade de 265 km/h. A expectativa é que o fenômeno chegue à Flórida (EUA) nesta quarta (9). Enquanto isso, milhares de moradores enfrentam trânsito pesado, no sentido norte, em busca de locais seguros. A recomendação de autoridades é para evacuação. Os que decidiram ficar estão protegendo as lojas e moradias com tapumes de madeira e sacos de areia.

Vai ser poderoso, então, por favor, tomem as precauções adequadas. Ele [furacão Milton] tem o potencial de causar muitos danos.
Governador da Flórida, Ron DeSantis

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Prefeita de Tampa, Jane Castor, pediu à população que saia de suas casas e evacue as áreas de risco. "A mensagem mais importante é que vocês precisam se preparar. Façam tudo o que for necessário e, em seguida, saiam das zonas de evacuação, que agora são as zonas de evacuação A e B. E, como todos já ouvimos tantas vezes, protejam-se do vento e corram da água. (...) Helene foi um alerta, isso [Milton] é literalmente catastrófico. Se você escolher ficar em uma dessas áreas de evacuação, você vai morrer", afirmou a prefeita, em entrevista à CNN

Furacão Milton se intensificou rapidamente entre domingo e segunda. A Intensificação de Milton é algo quase sem precedentes, segundo meteorologistas. A velocidade dos seus ventos chega a 289 km/h, um aumento de 140 km/h em menos de 24 horas. No dia seguinte, ele caiu para a categoria 4, mas voltou a ganhar força de acordo com o avanço da tempestade.

Milton já é considerada a terceira tempestade de intensificação mais rápida já registrada no Atlântico 40 anos. Os dados são do NHC (Centro Nacional de Furacões, em inglês). Nas redes sociais, o NHC classificou a mudança como "intensificação explosiva" e uma tempestade "extremamente ameaçadora".

Apenas dois furacões se fortaleceram mais rápido que Milton, conforme relatou a rede de TV americana CNN. Foram eles: Wilma —que atingiu Cuba, Haiti e os EUA, em 2005, e aumentou 177 km/h em um período de 24 horas— e Felix —que passou pela América Central, em 2007, e registrou aumento dos ventos em 160 km/h em apenas um dia.

O fenômeno pode produzir rajadas de vento de 225 km/h e precipitação total de 38 cm em alguns pontos da costa da Flórida.

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