Nunca foi vista viva: baleia mais rara do mundo será estudada pela 1ª vez

Pesquisadores da Nova Zelândia começaram nesta semana um estudo que pode desvendar os segredos da baleia-de-dentes-de-espada, a mais rara do mundo.

O que aconteceu

Animal nunca foi visto vivo. Esse é o primeiro mamífero dos sete que já foram encontrados capaz de ser dissecado para responder as principais dúvidas sobre a espécie. O corpo foi encontrado em uma praia da Nova Zelândia em julho deste ano e levado para um local refrigerado rapidamente.

Não há informações sobre o habitat, a alimentação e até mesmo o organismo das baleias-de-dentes-de-espada. Hannah Hendriks, consultora marinha do DOC (Departamento de Conservação, na tradução do inglês), afirmou à agência AP (Associated Press) que os pesquisadores sabem "muito pouco" e que o estudo trará dados pioneiros.

Suspeita é de que essas baleias mergulhem muito fundo para se alimentar. Por isso, podem se concentrar no Oceano Pacífico, onde ficam algumas das fossas mais profundas do mundo. O retorno à superfície é raro, daí o motivo de nunca terem sido vistas em vida.

É muito difícil fazer investigação sobre mamíferos marinhos se não os vemos no mar. É meio que uma agulha num palheiro. Você não sabe onde procurar. Hannah Hendriks, consultora marinha, à AP

Há a possibilidade de se descobrir novos parasitas. Isso porque a espécie pode ter organismos exclusivos vivendo nela, segundo Anton van Helden, consultor sênior de ciências marinhas da agência de conservação da Nova Zelândia. A expectativa é ter as primeiras respostas já na próxima semana.

Primeiro ossos da espécie foram encontrados em 1872, na Nova Zelândia. O segundo foi em 1950. Pouco mais de três décadas depois, em 1986, ossos de um terceiro animal foram localizados no Chile —o único registro fora do país da Oceania. Em 2010, duas baleias foram encontradas mortas e, em 2017, mais uma.

As baleias-com-dentes-de-espada são uma das espécies de grandes mamíferos menos conhecidas dos tempos modernos. Desde 1800, apenas seis amostras foram documentadas em todo o mundo, e todas, exceto uma, eram da Nova Zelândia. Do ponto de vista científico e de conservação, isso é enorme. Gabe Davies, gerente de operações do DOC, à AP

Investigação é feita em parceria com os maoris. Baleias são consideradas um "tesouro precioso" pelo povo indígena da Nova Zelândia, que participará de todas as etapas do estudo.

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