Restaurante leva multa milionária ao servir caranguejo ameaçado de extinção
A equipe de fiscalização do Ibama flagrou a venda ilegal de guaiamum (Cardisoma guaiumi) em um restaurante da cidade de Goiana, em Pernambuco, a 62 km do Recife. Foi aplicada multa de R$ 1,6 milhão contra o estabelecimento.
O que aconteceu
Fiscais encontraram 166 animais da espécie de caranguejo ameaçada de extinção. Em seguida, foram libertados em um manguezal em um município vizinho.
Os caranguejos estavam presos no restaurante, onde eram abatidos para serem servidos aos clientes. O comércio e consumo do guaiamum somente são permitidos se provenientes de locais autorizados, conforme indica a Portaria MMA 445/2014.
A multa aplicada pelo órgão federal foi de R$ 1,6 milhão. O valor da pena se justifica, segundo o Ibama, por se tratar de uma espécie ameaçada de extinção, além de ser uma enorme quantidade apreendida e ao fato de que a infração cometida tinha como objetivo vantagem pecuniária.
A fim de garantir a proteção da nossa biodiversidade, é fundamental que a população não consuma animais ameaçados de extinção. Essa atitude desestimularia a comercialização por estabelecimentos que lucram com a prática desse crime ambiental Igor de Brito Silva, de Operações de Fiscalização da Atividade Pesqueira (Nupesc) do Ibama
O guaiamum tem sua distribuição geográfica desde a Flórida (EUA) até o Estado de Santa Catarina (Brasil). Essa espécie de caranguejo é reconhecida por seus tons de azul.
Em 2022, um estudo de pesquisadores brasileiros propôs alternativas para a recuperação do guaiamum no Brasil. Os resultados obtidos, publicados pelo ICMBio, indicaram a possibilidade da continuidade da pesca do guaiamum do Pará ao Piauí, contudo, fez ressalvas entre outros estados nordestinos.
Do Ceará à Bahia o potencial pesqueiro da espécie foi considerado mediano, devido a redução na extensão do habitat, devendo ser adotadas estratégias adicionais para seu uso sustentável, como a implementação de programas socioambientais com os catadores desta espécie Estudo publicado na Wetlands Ecology and Management, em 2022
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