Carona? O que explica sucuri nas costas de jacaré em vídeo no Pantanal
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Um vídeo feito no Pantanal, em Mato Grosso, mostra uma cobra "pegando carona" em um jacaré. O registro viralizou nas redes sociais.
O que aconteceu
Gravação foi feita por pescadores. "No Pantanal, a sucuri enrolada no jacaré, creio em Deus Pai. Aqui na selva é um engolindo o outro. Só Deus também para nos livrar aqui", diz um deles, surpreso com a cena.
Espécie da cobra é uma sucuri-amarela, comum no Pantanal. "Se trata da espécie Eunectes notaeus, abundante e comum no Pantanal e regiões do entorno. O jacaré é da espécie Caiman yacare, conhecido popularmente como jacaré-do-Pantanal", explica a bióloga Daniella de França, coordenadora de programas de Conservação Ambiental no Instituto SOS Pantanal e especialista em répteis.
O que explica 'carona'?
Hipótese de constrição para alimentação. Segundo a bióloga, há a possibilidade de que a sucuri tenha se agarrado ao jacaré na tentativa de realizar a constrição —ato de comprimir a presa para asfixiá-la e matá-la antes de engolir o bicho. "Mesmo sendo uma chance mínima —pois o porte do jacaré inviabiliza sua completa constrição—, essa ação é compatível com a estratégia de ataque observada em répteis como sucuris e jiboias", explica.
Mas também pode ter sido apenas um descanso distraído. A outra hipótese, considerada mais provável pela bióloga, é a de que a sucuri se apoiou no jacaré para descansar ou pegar sol.
O jacaré, ao repousar na margem de um curso d'água, pode ter sido confundido com um tronco ou pedra aquecida pela serpente, proporcionando um local seguro e firme para se aquecer.
Daniella de França, coordenadora de programas de Conservação Ambiental no Instituto SOS Pantanal
Sentimentos complexos são comumente observados em mamíferos e aves, mas não são característicos dos répteis, diz a bióloga. Essa capacidade de vínculos afetivos não foi identificada no comportamento instintivo dos animais presentes na cena, de acordo com a especialista.
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