Maior peixe-leão é capturado em Noronha; animal é invasor e 'faminto'

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Mergulhadores encontraram no arquipélago de Fernando de Noronha o que consideram o maior peixe-leão já capturado no mundo, com 49 centímetros. A operação ocorreu em 27 de fevereiro, e mais 61 animais da mesma espécie foram pegos. O peixe "invasor" representa uma ameaça ao ecossistema brasileiro.
O que são os peixes-leão?
Espécie não tem predador no Oceano Atlântico e come até 20 peixes em 30 minutos. Por predar e não ser presa de ninguém, os peixes da espécie Pterois volitans são "invasores" e podem causar desequilíbrio ecológico na costa brasileira. Espécies únicas, que só estão presentes em determinadas regiões, viram suas presas.
São nativos da Indonésia. Levados para a Flórida (EUA), eles se espalharam pelo Caribe até chegarem ao Brasil em 2014, no litoral do Rio de Janeiro. Os peixes-leão têm coloração em tons de marrom, bege, branco e vermelho alaranjado, e as nadadeiras em formato de leque.
Espinhos venenosos trazem riscos aos humanos. A espécie tem espinhos com uma toxina que causa dor forte, febre, fraqueza muscular, náuseas, vermelhidão e tontura —convulsões também já foram registradas.
Rápida reprodução ajuda a explicar presença dos peixes-leão na costa brasileira. A espécie é capaz de colocar 30 mil ovos de uma só vez, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Peixes costumam ter até 48 centímetros, um a menos do animal capturado em Noronha. Peixes-leão encontrados em dezembro passado tinham entre 10 e 45 centímetros, em comparação.

Desde 2020 em Noronha
Animais são vistos em Noronha desde 2020. Primeiro peixe-leão foi encontrado em dezembro de 2020, em rochas próximas à Praia da Conceição, a 28 metros de profundidade. Em menos de um ano, já eram seis animais capturados no arquipélago. Para se ter uma ideia da expansão da espécie na costa, 140 peixes foram pegos em uma operação recorde no final do ano passado.
Peixes "cresceram". Pesquisadores afirmaram ainda em 2022 que animais cada vez maiores eram capturados em Fernando de Noronha. Isso indicava o estabelecimento da espécie na região, pois conseguiam se alimentar até chegarem ao tamanho de reprodução.
*Com informações de reportagens publicadas no UOL em 24/12/20 e 28/12/24 e da Republica.org.
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