Encontrou um gambá em casa? Veja como agir com segurança e respeito à fauna

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Silenciosos, discretos e, muitas vezes, mal compreendidos, os gambás (ou saruês) têm ganhado espaço nos centros urbanos. E não é por acaso: eles são onívoros, ou seja, comem de tudo — de frutas a insetos, passando por restos de comida humana. Isso faz com que encontrem, nas cidades, fartura e abrigo.
Mas o que fazer se um gambá surgir no seu quintal ou dentro de casa?
A primeira atitude é manter a calma. Embora tenham fama de "fedorentos", os gambás brasileiros não exalam nenhum odor. Caso isso aconteça, é por algum desequilíbrio em sua alimentação, mas nada próximo ao gambá americano — esse sim, pode soltar cheiros fétidos.
Por outro lado, em situações de estresse, saruês podem adotar a chamada tanatose, comportamento em que se fingem de mortos para enganar predadores. Outra forma de defesa da espécie é abrir a boca e mostrar os dentes, mas raramente há ataques.
Os gambás têm grande importância no controle de pragas urbanas, como ratos, baratas e outros insetos que podem causar prejuízos aos seres humanos. São ótimos controles de vetores da natureza, inclusive para serpentes Elisa Tibério, veterinária mestre pela USP (Universidade de São Paulo), especialista em comportamento, animais silvestres e zoologia
Segundo ela, saruês são seres marsupiais. Depois de parirem seus filhotes, eles vão para uma bolsa onde ficam mamando. Conforme vão se desenvolvendo, passam a ocupar as costas da mamãe-gambá, demarcando que estão em fase de desenvolvimento.
Como agir ao encontrar um gambá
Se você encontrar um gambá em sua residência, a orientação é não tentar capturá-lo nem se aproximar demais. O ideal é observar à distância e garantir uma rota de fuga para que ele possa sair por conta própria.
Caso o animal esteja ferido ou apresente comportamento estranho, entre em contato com a Polícia Ambiental, o Corpo de Bombeiros ou ONGs especializadas. Fotografias tiradas à distância e o envio da localização podem ajudar no resgate.
Em áreas urbanas, os encontros se tornam mais frequentes porque os animais são atraídos por fontes de alimento e abrigo. Para evitar visitas indesejadas, a recomendação é manter o ambiente limpo e livre de restos de comida, incluindo ração de cães e gatos. Tampar bem as lixeiras, eliminar entulhos e evitar pilhas de madeira ou folhas acumuladas são medidas preventivas eficazes.
A instalação de sensores de movimento com luzes e até um rádio ligado à noite pode ajudar a manter os gambás afastados de forma ética e segura.
Segundo a Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/98), é proibido capturar, ferir, matar ou manter silvestres em cativeiro sem autorização. O uso de venenos e armadilhas é crime ambiental, com penas que podem incluir multa e reclusão.
Se a presença de gambás se tornar frequente ou envolver filhotes, o ideal é procurar ajuda especializada para o manejo adequado. Profissionais como biólogos e órgãos ambientais possuem técnicas específicas para garantir o bem-estar do animal e a segurança da família humana envolvida.
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