Por que crocodilos são colocados manualmente em rio da Venezuela
Em abril, 203 filhotes de crocodilo-do-Orinoco (Crocodylus intermedius) foram soltos no rio Capanaparo, na Venezuela. O objetivo da ação é evitar a extinção de uma das espécies mais ameaçadas do planeta.
O que aconteceu
Soltura faz parte de um projeto de reintrodução da fauna nativa da Venezuela, voltado à preservação de um dos maiores répteis do continente. A missão envolve diversas organizações, como a Fundação para o Desenvolvimento das Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais (Fundeci), o Grupo de Especialistas em Crocodilos da Venezuela (GECV), o zoológico Leslie Pantin e a fazenda Hato Masaguaral.
Criado há décadas, o projeto coleta ovos em pontos de nidificação mapeados. Após a incubação, os filhotes são criados em cativeiro. Quando atingem cerca de 6 quilos, são levados até a margem do rio Capanaparo para serem soltos.
Só estamos atrasando a extinção do crocodilo-do-Orinoco Federico Pantin, diretor do zoológico Leslie Pantin, à Reuters
Durante o transporte, os animais têm os olhos vendados e a mandíbula amarrada, para evitar ferimentos e reduzir o estresse da viagem. A operação conta com a participação de voluntários e moradores locais. O transporte e soltura do animal foi documentado e postado nas redes do Zoo Leslie Pantin.
Cumprimos com nosso principal objetivo: 'contribuir para a estabilidade das populações existentes em seus habitats naturais'. Os crocodilos exercem um papel essencial como predadores de topo em seus ecossistemas Zoológico Leslie Pantin, no Instagram
Crocodilo-do-Orinoco pode alcançar até 6 metros de comprimento e mais de 400 quilos. Por isso é considerado um dos maiores répteis das Américas.
Estamos tentando resgatar essa espécie, que está criticamente ameaçada. É uma espécie exclusiva da bacia do rio Orinoco, por isso é chamada de crocodilo-do-Orinoco Omar Hernández, biólogo e diretor da FUDECI, à Reuters
Sua caça predatória levou a espécie à beira da extinção. A matança do animal é motivada principal pelo alto valor do couro, além do comércio da carne e dos ovos.
Somos teimosos. É uma forma de adiar a extinção, e está em nossas mãos. Se esperássemos as condições ideais, elas nunca chegariam Pantin, à Reuters
O crocodilo-do-Orinoco é classificado como criticamente ameaçado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Com sua população severamente reduzida, iniciativas como essa são fundamentais para evitar que a espécie desapareça de forma definitiva.
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