Desde que fez viralizar o vídeo em que um homem negro e pobre é carregado com pés e mãos amarrados por dois policiais de São Paulo, o padre Júlio Lancelotti leu e ouviu várias vezes uma mesma pergunta. "Mas o que ele fez?", questionam alguns, como se o delito cometido pelo preso pudesse justificar a barbárie praticada pelos PMs. A pergunta segue a lógica policialesca de muitos brasileiros segundo a qual aquele que comete um crime, por menos grave que seja, não tem direito de reclamar do tratamento recebido das autoridades policiais. Essa regra não escrita vale apenas para os pobres e pretos, claro. |