O cenário internacional que se descortina ao final de 2024 é significativamente mais sombrio do que aquele que vislumbrávamos no início do ano. O que testemunhamos em 2024 não foi apenas mais um ano de crises pontuais, mas sim a consolidação de transformações profundas que vêm redesenhando a arquitetura global do poder. A erosão da confiança nas instituições democráticas atingiu níveis alarmantes, evidenciada de maneira particular nas disputas eleitorais que marcaram o ano. Os processos eleitorais nos Estados Unidos, França e Alemanha revelaram democracias sob pressão, com o fortalecimento de movimentos populistas e extremistas. O Rassemblement National na França e a AfD na Alemanha conquistaram espaços significativos, enquanto a polarização americana permanece como uma ferida aberta no tecido social do país. Na Venezuela, o processo eleitoral, marcado por contestações internacionais e restrições à oposição, exemplifica como a deterioração democrática pode se manifestar de maneira ainda mais aguda em contextos de fragilidade institucional. |