Dias atrás, numa rede social, um escritor branco sulista disse que preferia ler o escritor norte americano Philip Roth a ler Conceição Evaristo. Para além do gosto (e não me surpreende que a declaração tenha vindo do Sul), e de ser uma afirmação tosca e redutora, tal pensamento nos leva a uma falsa comparação de estilos e que esconde, na verdade, um ressentimento e uma certa ansiedade daqueles que sempre tiveram privilégios e facilidades. Digo que é uma comparação redutora porque a ideia de exclusão sempre foi uma ideia colonialista. Creio que seja bastante possível gostar de Roth e Conceição, meu caso, por exemplo. É possível ler Marcel Proust e Carolina Maria de Jesus, e ambos oferecem ao leitor visões que se distanciam, mas que também se complementam. |