Herdeira dos maus hábitos do SNI, a Abin nunca fez jus ao nome. Mas passou a exagerar. Nos primeiros meses do governo Lula, a Agência Brasileira de Inteligência revelou-se incapaz de detectar sua própria desinteligência. Após manter nos seus quadros enroscos herdados de Bolsonaro, a Abin afastou por pressão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes servidores dos quais deveria ter se livrado por opção antes da posse, ainda na fase de transição. A atmosfera malcheirosa leva o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, a prestar esclarecimentos no Congresso. Será ouvido nesta quarta-feira, a portas fechadas, na Comissão Mista de Atividades de Inteligência do Congresso. Terá de explicar, por exemplo, por que esperou pela prisão dos agentes Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki, na última sexta-feira, para publicar a exoneração de ambos em edição extra do Diário Oficial. Os processos de demissão estavam concluídos desde março. |