A prisão retardatária do coronel Bernardo Romão Corrêa Netto causou duplo constrangimento ao Exército. No total, 16 militares caíram no alçapão da Operação Hora da Verdade. Dos quatro que tiveram a prisão decretada, faltava recolher o coronel Romão. Como precisou repatriá-lo dos Estados Unidos, o Exército amargou por mais três dias uma exposição negativa iniciada na quinta-feira, quando a Polícia Federal tocou a campainha dos enrolados. E ainda precisa explicar por que manteve um golpista matriculado no Colégio Interamericano de Defesa. Sediada em Washington, a escola oferece cursos de graduação e pós-graduação a militares e agentes de forças de segurança de países vinculados à Organização dos Estados Americanos. Vangloria-se de envernizar currículos, aparelhando os donos para assumir cargos estratégicos nos governos de seus países. Efetivada no apagar das luzes de 2022, ainda sob Bolsonaro, a matrícula do coronel Romão sobreviveu à transição do novo governo por um ano e dois meses. |