A direita acha que dispõe de um excesso de cabeças. A submissão a Bolsonaro mostra que tem carência de miolos. A esquerda sofre da mesma carência. Mas tem uma cabeça só, a de Lula. A lufada conservadora das urnas municipais brasileiras já havia acomodado a esquerda no divã. A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos fez da autocrítica um fator de sobrevivência do grupo. Embora se finja de morto, Lula reconhece em privado a inevitabilidade de liderar o processo. O reposicionamento do PT e da própria esquerda dependem da autoanálise do líder hegemônico. Uma regressão ao passado sindical seria um bom começo para Lula. É preciso incluir na agenda o desejo humano. Como ensinou Freud. Ou Lacan: "O inconsciente é o discurso do outro". Lula e a esquerda precisam de psicanálise. |