Se Valdemar Costa Neto, presidente do PL, tivesse lido "O Príncipe", de Maquiavel, seria um verdadeiro florentino. Como não leu, digamos que seja um intuitivo de Mogi das Cruzes com impressionante senso de pragmatismo. Foi realmente notável o modo como, com uma série de três entrevistas, aprisionou Jair Bolsonaro na inelegibilidade ao mesmo tempo em que simulava fazer a defesa da anistia e da sua... elegibilidade. É cobra criada. Não beijou a lona e se recompôs, presidindo hoje o maior partido da Câmara, porque seja parvo. No capítulo XXIII de "O Príncipe", Maquiavel diz que cabe ao príncipe perguntar muito e ouvir pacientemente a verdade. E até deve se desagradar se notar que alguém a esteja sonegando por temor. Pois é. Jair, o que se acha realmente Messias, julga ter todas as respostas. E só por isso indaga tão pouco. O presidente do seu partido tem de falar com ele por intermédio da imprensa. E é claro que a culpa não é de Alexandre de Moraes. Ou me digam o que impediria que ambos batessem um papo no zap de respectivos aparelhos de terceiras pessoas. Ocorre que o "Mito" só ouve os aduladores. |