Está tudo errado no entrevero entre a primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, e a futura primeira-dama dos EUA, Elon Musk. Nesse caso em particular, a daqui deu a primeira nota fora. Que fique claro de saída: Janja pode, se Lula decidir, ser titular de um ministério ou de uma secretaria. Não se aplica a Súmula 13 do STF — a que proíbe nepotismo — para cargos de natureza política. O petista certamente sabe disso e, suponho, deve achar que não convém indicar a sua mulher. Se é assim, cumpre não repetir episódios em que um figura tão próxima do chefe de Estado transita como uma eminência sem autoridade formal. Dá azo à fofoca e à intriga política. Sabem o que aconteceu e rememoro rapidamente. No sábado, durante um painel do G20 Social, Janja citou dificuldades adicionais causadas por "fake news" na assistência aos desabrigados das cheias no Rio Grande do Sul. Empregou, note-se, um pronome incômodo para quem não tem cargo: havia em sua fala um excesso de "nós" quando se referia a ações oficiais. Ela é casada com Lula, mas não é governo. Insisto: se ele assim decidir e se ela aceitar, será. E aí poderá falar "nós" à vontade ao se referir à administração federal. |