O golpista Jair Bolsonaro foi triturado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal sobre a intentona golpista, e por Paulo Gonet, procurador-geral da República. E, como todos viram, seria impossível haver autoridades mais serenas, mais técnicas, mais amigáveis com os réus e com os advogados presentes. Não houve, no curso das duas sessões, nenhum momento de estridência, de crispação, de comportamento que pudesse, em alguma medida, ser acusado de heterodoxo. E assim foi com todos os depoentes. E olhem que a causa é sabidamente difícil, complexa, com o Supremo — com a devida vênia às defesas, e lhes reconheço a faculdade de tentar o melhor para seus constituídos — levando algumas caneladas, o que hoje encontra, sim, acolhida em certos nichos da imprensa. Refiro-me às várias petições arguindo suspeições descabidas e acusações de interferência indevida no curso do processo, de sonegação de provas, de celeridade indevida etc. Nada disso se sustenta. Mas me parece que se planta agora em solo que se imagina fértil no futuro: uma eventual "virada" no jogo político, quem sabe com a eleição de um aliado Bolsonaro, seria o gatilho para atualizar esse certo manto de ilegitimidade com que tentam cobrir um processo exemplar. Mas isso o futuro dirá. Voltemos ao ponto. |