Confira a seguir o posicionamento estratégico do banco no cenário competitivo e os últimos resultados apresentados ao mercado, conforme avaliação de Amaral. O especialista lembra que o setor bancário sofreu por conta do período adverso durante a pandemia de covid-19, em conjunto com o avanço da competitividade via fintechs e inovações como o Pix e o open banking. Além disso, os efeitos regulatórios, como o aumento temporário de impostos para compensar a redução em alguns combustíveis, acabaram pesando contra as ações do setor, afirma. "Porém, o Itaú mostrou resiliência em seus resultados após um conturbado ano de 2020, com o demonstrativo financeiro de 2021 apresentando crescimento de 18,1% na carteira de crédito expandida, para R$ 1 trilhão, e lucro líquido de R$ 26,9 bilhões - com alta de 45% no comparativo anual", diz Amaral. Ele destaca ainda que os números do ano passado mostraram um Roae (retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio anualizado) de 19,3%, um nível em recuperação, mas ainda abaixo dos patamares de 20% registrados em períodos pré-pandêmicos. O analista observa que os grandes bancos como o Itaú enfrentam um desafio pela frente de competir na arena digital com as fintechs, que avançaram de forma relevante em número de clientes ao longo dos últimos anos e que possuem uma abrangência nacional e internacional. Por outro lado, o cenário de crédito ainda é de maior dificuldade de penetração, já que os cinco maiores bancos ainda possuem mais de 80% do mercado brasileiro, sendo só o Itaú responsável por cerca de 18%. Amaral lembra também que grandes instituições como o Itaú possuem outros negócios com market share relevante, como bancassurance (seguros vendidos no canal bancário), receitas com emissões de cartões e derivadas de empresas adquirentes (que fazem o elo com a bandeira de cartão), receitas com administração de fundos e operações no mercado de capitais, entre outras. "Tudo isso traz um nível de vendas cruzadas bastante elevado, o que mantém a resiliente lucratividade desses bancos." Pontos a favor: - Liderança de mercado e forte market share em linhas de crédito no varejo bancário; - Alta capacidade de venda cruzada com diversos produtos oferecidos no atacado e no varejo; - Lucros e rentabilidade resilientes, mesmo em momentos de crise; - Expansão global como estratégia de crescimento; - Bom pagador de dividendos. Pontos contra: - O tamanho do banco acaba pesando contra mudanças mais ágeis frente à competitividade e ainda trazem uma estrutura física que impacta em maiores custos; - Alta presença no varejo bancário, segmento no qual o banco possui boas margens, mas incorre em risco maior de inadimplência; - No atual cenário competitivo, os grandes bancos possuem mais a perder do que a ganhar frente às fintechs, principalmente em relação à pressão sobre tarifas e serviços; - Setor altamente tributado e constantemente alvo de aumento de impostos ou limitação em taxas de juros cobradas em alguns produtos; - Atuação regulatória a favor da competição no setor em detrimento da concentração bancária. |