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| | | | Quanto a Suzano pode ganhar com a tendência de alta da celulose? | | O destaque desta semana na newsletter A Companhia é a Suzano (SUZB3), selecionada por José Francisco Cataldo Ferreira, superintendente da Ágora Investimentos. Ele avalia que a empresa apresentou resultados ligeiramente melhores do que o esperado no quarto trimestre de 2021, com destaque para o Ebitda (geração operacional de caixa), que atingiu o valor recorde de R$ 6,36 bilhões, com alta de 60% no comparativo anual. Segundo o executivo, as pressões de custo e os preços mais baixos da celulose no período foram compensados pela valorização do dólar, favorecendo o Ebitda da companhia. "Esperamos que o lucro da Suzano melhore nos próximos trimestres, impulsionado pelos preços mais altos da celulose, enquanto os custos-caixa relativos ao produto podem ter atingido o pico no fim do quarto trimestre de 2021, com tendência de queda daqui para frente", diz Cataldo. Na opinião do especialista, a demanda mais forte do que o esperado no mercado global de celulose favorece os preços do produto de fibra curta, para o qual se espera um valor médio de US$ 650 por tonelada neste ano. Após valorização de 2,7% em 2021, as ações da Suzano acumulam ganho de 3,7% neste ano, até 17 de março. Saiba mais sobre a Suzano A Suzano é uma das maiores produtoras de celulose com fábricas integradas de papel do mundo. A companhia produz celulose de mercado, celulose fluff (usada em absorventes e fraldas, por exemplo) e papel -cujo portfólio inclui produtos para imprimir e escrever, revestidos e não-revestidos; papel cartão; e tissue (encontrado em papel-toalha, guardanapo e produtos de higiene pessoal). Atualmente, o grupo possui fábricas nos estados de São Paulo, Bahia e Maranhão, além do controle da FuturaGene, empresa de biotecnologia. No exterior, mantém escritórios de representação na China e Inglaterra e controladas nos Estados Unidos, Suíça, Argentina e Áustria. PUBLICIDADE | | | Por que as ações da Suzano são uma oportunidade para investir? | Considerando a visão positiva dos analistas da Ágora sobre a dinâmica do mercado de celulose em 2022, Cataldo reforça a aposta na Suzano. De acordo com ele, a oferta da matéria-prima tem frustrado continuamente as expectativas, o que, combinado com problemas logísticos, vem reduzindo os estoques dos consumidores. Nessa conjuntura, a alta dos preços da celulose se mantém, ressalta o especialista.
"A combinação de paralisações inesperadas (por exemplo, greves, eventos relacionados ao clima, impactos da guerra Rússia-Ucrânia), atrasos em projetos de expansão, gargalos logísticos e baixos estoques nas mãos dos fabricantes de papel deve manter o fornecimento de celulose apertado", prevê o executivo. Com isso, ele acredita que os preços da celulose poderão seguir em patamares elevados nos próximos meses -diferentemente da situação de "boom e queda" registrada em 2021, quando as papeleiras chinesas estavam bem estocadas. A Ágora estima que o preço da celulose de fibra longa pode subir US$ 100 a tonelada na China em abril, ao passo que a celulose de fibra curta pode aumentar entre US$ 50 a US$ 80 a tonelada. Conforme a corretora, os preços do papel também devem apresentar tendência de alta nos próximos meses, pois os fabricantes estão sob forte pressão, derivada de produtos químicos, custos de energia etc. "Todos os olhos estão agora na capacidade dos fabricantes de papel chineses de repassar custos mais altos aos preços, o que é um fator de risco relevante a ser observado." Pontos a favor - Balanço entre oferta e demanda no mercado global de celulose está apertado, o que deve se refletir em melhores preços em 2022;
- Nos próximos trimestres, existe expectativa de alta nos preços da celulose na China, enquanto os valores na Europa permanecem elevados;
- Para o fim do ano, a Ágora espera que a Suzano gere cerca de R$ 12 bilhões de fluxo de caixa livre do acionista (recurso disponível após a empresa ter realizado o pagamento de todos os seus custos, dívidas e investimentos) e projeta a dívida líquida (endividamento total menos os recursos em caixa) em cerca de R$ 53 bilhões. Esses números seriam melhores do que em 2021.
Pontos contra - Pressões de custo têm afetado as margens de lucro da companhia. A corretora espera que esse efeito se estabilize e diminua ao longo de 2022. Todavia, é um ponto a ser acompanhado;
- Alguns detalhes do Projeto Cerrado (nova fábrica no MS) permanecem obscuros, como o potencial florestal e o investimento em terras, por exemplo;
- Risco de problemas inesperados no balanço entre oferta e demanda no mercado global de celulose e papel, em função do conflito no Leste Europeu.
| A ação está barata ou cara? | A equipe de análise da Ágora permanece otimista com o setor de celulose e destaca que a Suzano é a principal escolha da casa, para a qual tem recomendação de compra das ações.
Confira abaixo os indicadores que sustentam essa avaliação:
Preço-alvo: a corretora estima um valor de R$ 90 para a ação da empresa até o fim do ano, o que representa um potencial de alta de 46% em relação ao fechamento de 17/3. O cálculo mostra quanto vale o papel com base em projeções financeiras, sobretudo do fluxo de caixa descontado. Dívida líquida/Ebitda: prevê o indicador em 2,1 vezes ao fim de 2022, em comparação com 2,5 vezes no balanço do ano passado, mesmo considerando os investimentos em crescimento. Esta é uma medida do nível de alavancagem financeira e representa quantos anos a empresa levaria para pagar sua dívida usando a geração de caixa. Quando menor, melhor. EV/Ebitda: está em 5,4 vezes, um patamar atrativo, levando em conta que o nível considerado justo pela Ágora é de 7 vezes para este momento do ciclo da empresa. EV é "enterprise value" em inglês (valor da empresa). O cálculo indica o valor da companhia em relação à geração de caixa. | Para quem é indicada esta ação? | Segundo o especialista, os papéis da Suzano são indicados para investidores com horizonte de retorno de médio e longo prazo.
"É importante ressaltar que as ações SUZB3 podem registrar valorização também atrelada à apreciação do dólar frente ao real, já que a empresa tem grande parcela de suas vendas destinadas a exportações", diz Cataldo. Ele lembra ainda que empresa faz parte do índice de sustentabilidade empresarial da Bolsa (ISE B3), o que a torna uma opção para investidores que buscam boas práticas relacionadas ao tema ESG, sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança. Quais são as perspectivas para a ação no médio e longo prazo? Cataldo afirma que, sendo uma empresa com boa governança, responsabilidade na estrutura de capital e foco em projetos com retornos atrativos, a Suzano reúne qualidade e fundamentos que justificam sua manutenção em carteira por prazos mais longos. O especialista destaca que a companhia aprovou, no fim do ano passado, um volume de R$ 14,7 bilhões em investimentos de capital industrial no Projeto Cerrado, que prevê uma nova unidade de produção de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS). A capacidade nominal da fábrica, que deve entrar em operação no segundo semestre de 2024, será de 2,55 milhões de toneladas por ano de celulose de fibra curta - ante 2,3 milhões previstos inicialmente. Incorporando a maior capacidade e uma data de início de operações ligeiramente posterior ao que a Ágora estimava (primeiro trimestre de 2024), a instituição calcula que o projeto possa gerar um valor presente líquido de aproximadamente R$ 14,5 bilhões, ou R$ 11 por ação da Suzano. | | | Reprodução/Ágora |
| | | | Análise gráfica | De acordo com Ernani Teixeira Reis Junior, analista gráfico da Ágora, as ações da Suzano apontam para uma tendência neutra (nem compra, nem venda) no médio prazo -podendo oscilar na faixa de preço entre R$ 47,70 (suporte) e R$ 62 (resistência). Ele afirma que, para o investidor que busca uma oportunidade de compra no curto e médio prazo, uma eventual valorização do papel acima do patamar de R$ 62 possibilitaria a continuidade do movimento de alta. Com isso, a próxima "região de topo" estaria marcada em R$ 75,40, o que representa um potencial de ganho de aproximadamente 20%. Na direção oposta, se a ação da companhia cair abaixo de R$ 54,60, podem ocorrer novas perdas, buscando um "nível de suporte" no preço de R$ 47,70. Isso representaria uma desvalorização potencial na casa de 12%. "No longo prazo, a estrutura gráfica reforça a tendência neutra, podendo ser retomada após a consolidação do rompimento dos R$ 75,40 [alta acima desse patamar]." | | | |
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