O destaque da semana na newsletter A Companhia fica por conta da administradora de shoppings Multiplan, selecionada por Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos.

Segundo ele, a empresa sofreu bastante com a pandemia, mas, desde 2021, os dados operacionais mostram que os impactos negativos já foram superados.

No primeiro trimestre deste ano, a companhia obteve um lucro líquido de R$ 171,5 milhões, com alta de 270,5% em relação a igual período de 2021. A receita líquida avançou 58% no intervalo, totalizando R$ 420 milhões.

"Apesar da recuperação dos resultados, a ação ainda está sendo negociada a um preço muito abaixo dos níveis pré-pandemia."

Após encerrarem 2021 com queda acumulada de 18,3%, os papéis da Multiplan (MULT3) registram valorização de 25% neste ano, até o dia 11 de maio.

Saiba mais sobre a Multiplan

A Multiplan é uma das maiores administradoras de shoppings do Brasil, tendo em seu portfólio empreendimentos como o Morumbi, Vila Olímpia e Anália Franco, em São Paulo; e o BarraShopping e VillageMall, no Rio de Janeiro, por exemplo.

Em março deste ano, a área bruta locável (ABL) dos 20 shoppings do grupo alcançava cerca de 876 mil metros quadrados, que originaram vendas de R$ 16,3 bilhões nos últimos 12 meses, segundo dados da companhia.

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O especialista da Guide ressalta que o grupo Multiplan possui shoppings em diversas cidades, focados nas classes A e B, o que o torna menos sensível ao ciclo econômico que empresas mais dedicadas à baixa renda.

Ele estima que o lucro da companhia deve aumentar quase 50% em 2022.

"Os resultados estão melhorando rápido após o fim da pandemia e, por conta de algumas inaugurações, os números devem continuar crescendo nos próximos trimestres", afirma Siqueira.

"Além disso, a Multiplan é uma empresa com endividamento baixo, margem elevada e operando em um setor relativamente estável, tornando a ação uma opção defensiva."

Pontos a favor

• Ações possuem alta liquidez, ou seja, elevado volume financeiro e número de negócios na Bolsa;
• Tem apresentado um aumento expressivo nos lucros;
• Por ser a maior empresa de shoppings na Bolsa, suas ações estão sendo negociadas a um preço considerado baixo.

Pontos contra

• O aumento das transações online pode reduzir a participação dos shoppings nas vendas, um dos fatores de maior receio por parte dos investidores, sobretudo os estrangeiros;
• Mesmo atrativos atualmente, os papéis da empresa são mais caros do que a média do Índice Bovespa (Ibovespa) e também em relação a outras companhias do segmento, como BR Malls e Iguatemi, por exemplo.

Na visão dos analistas da Guide, a ação da Multiplan está barata, levando em conta os seguintes indicadores:

Preço/lucro: os papéis da companhia negociam a um P/L de 19 vezes, muito próximo do patamar mínimo dos últimos cinco anos. O índice mostra a relação entre o preço da ação em Bolsa e o lucro da empresa. Quanto maior, mais caro está o papel.

EV/Ebitda: está em 12 vezes, um nível também muito perto do mínimo visto no histórico de cinco anos. O indicador aponta o valor da companhia em relação à geração de caixa.

Siqueira recomenda os papéis da Multiplan tanto para investidores com perfil moderado quanto agressivo.

"Trata-se de uma ação de risco menor que a média das empresas do Ibovespa, por exemplo."

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

De acordo com a equipe de análise da Guide, o horizonte de médio e longo prazo da Multiplan é positivo. A corretora destaca que a companhia está em expansão e diz ser provável que haja uma consolidação no setor nos próximos anos.

A análise gráfica das ações da Multiplan (MULT3) foi elaborada por Weslley Mesquita, da MyCAP Investimentos.

Segundo ele, os papéis têm negociado sem tendência definida de alta ou baixa, com os preços girando ao redor de R$ 22,80.

O especialista afirma que os interessados nas ações devem esperar a retomada de um fluxo comprador para, aí sim, verificar se existe fôlego para uma nova tendência de valorização - que pode impulsionar as cotações para o patamar entre R$ 25,94 e R$ 27,78.

Se os papéis caírem abaixo de R$ 22,80, novas perdas podem ocorrer, até a faixa aproximada de R$ 21,70.

"No médio e longo prazo, o investidor deve aguardar a retomada do movimento de alta, mas precisa estar ciente de que ativo pode oscilar entre R$ 22,07 e R$ 23,65 antes de retomar o viés positivo", afirma Mesquita.