O destaque da semana na newsletter A Companhia é o banco BTG Pactual, selecionado por Maria Clara Negrão, analista da Ágora Investimentos.

Segundo ela, trata-se de uma das melhores escolhas no setor financeiro atualmente.

No primeiro trimestre deste ano, o banco teve lucro líquido ajustado de R$ 2 bilhões, volume recorde, 72,2% maior em relação a igual período de 2021.

Após caírem 9,2% em 2021, as units (cesta de ações) do BTG (BPAC11) registram alta de 11,4% neste ano, até o dia 9 de junho.

Saiba mais sobre o BTG Pactual

O BTG é um banco de investimento e gestor de ativos e fortunas, com posição dominante no Brasil, tendo estabelecido uma bem-sucedida plataforma internacional de investimentos e distribuição.

A lista de produtos e serviços oferecidos pela instituição é ampla, incluindo desde assessoria em mercado de capitais até consultoria em investimentos e planejamento financeiro, passando por financiamentos, créditos estruturados e empréstimos garantidos a empresas, entre outros.

Conta atualmente com cerca de 2.200 profissionais e possui escritórios na América do Sul, América do Norte e Europa.

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A analista da Ágora afirma que o portfólio de serviços financeiros oferecido pelo BTG abrange uma base de clientes brasileiros e internacionais, incluindo empresas, investidores institucionais, governos e indivíduos de alta renda.

As receitas da instituição somaram R$ 4,3 bilhões nos três primeiros meses do ano, com alta de 55,6% em base anual. No mesmo intervalo comparativo, o patrimônio líquido avançou 29%, para R$ 39,3 bilhões.

Os ativos sob gestão do banco alcançaram R$ 585,7 bilhões em março, um aumento de 30% frente ao mesmo período do ano passado.

Pontos a favor

• Forte resultado apresentado no primeiro trimestre, motivando um aumento nas estimativas da Ágora para o lucro líquido deste ano (em 5,8%), de 2023 (6,3%) e de 2024 (3,1%);
• Expectativa de empréstimos corporativos mais fortes, aumento nas negociações e incremento na gestão de patrimônio, que deve continuar se beneficiando da penetração no segmento de varejo de alta renda, juntamente com a expansão do produto e maturação do cliente;
• Confortável nível de capital, acima de seus pares;
• Remodelação das diferentes plataformas, consolidando-as no BTG, que possui funcionalidades totalmente integradas, o que permite o aprimoramento e criação de produtos e serviços.

Pontos contra

• Novos concorrentes, especialmente na área de corretagem;
• Competição no banco de investimento, tendo em conta que nomes relevantes estão investindo no segmento;
• Disputa por agentes autônomos de investimentos, o que pode pressionar a lucratividade do banco;
• Deterioração das condições macroeconômicas.

A Ágora diz ter uma visão positiva sobre o BTG, especialmente para investidores que buscam retornos a prazos mais longos. A recomendação é de compra para as units da instituição financeira (BPAC11), com base nos seguintes indicadores:

Preço-alvo: a corretora estima um valor de R$ 33 para os papéis do banco neste ano. Como as ações fecharam cotadas a R$ 23,22 no dia 9 de junho, a interpretação é de que existe um potencial de valorização, de 42%.

O cálculo indica o valor que o analista considera que o papel vai atingir em determinado tempo. É o principal referencial usado para determinar a recomendação para uma companhia, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender).

Preço/lucro: a instituição vem sendo negociada a 10,7 vezes o P/L para 2022, o que indica uma avaliação relativamente atraente. O índice mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Quanto maior, mais cara está a ação.

Preço/valor patrimonial (P/VPA): as cotações atuais mostram um preço equivalente a 2 vezes seu valor patrimonial, um patamar também interessante, em termos relativos.

O P/VPA é obtido a partir da divisão do preço do papel pelo seu valor patrimonial e indica o quanto o investidor está disposto a pagar pelo patrimônio líquido da empresa.

Índice de Basileia: era de 15% ao fim do primeiro trimestre, um nível ainda confortável frente às exigências do Banco Central.

O indicador mostra a saúde financeira de bancos e financeiras, avaliando a proporção entre o dinheiro próprio e o capital de terceiros. A recomendação internacional é de, no mínimo, 8%. Quanto mais alto for o índice em relação a esse patamar, melhor.

"Ao fim de março deste ano, o BTG apresentou um Roae [retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio anualizado] ajustado de 21,5%, acima dos 20,3% do quarto trimestre de 2021, com tendências positivas", ressalta Maria Clara.

No balanço do primeiro trimestre, o banco destaca que o Roae de 21,5% foi o mais alto dos últimos seis anos. O Roae é uma das principais medidas de rentabilidade dos bancos.

Segundo a Ágora, os papéis do BTG são para investidores que buscam exposição ao setor financeiro e visam retorno de médio e longo prazo. A corretora lembra que as ações do banco são consideradas "de crescimento" e, assim, dependem em boa medida de uma economia doméstica mais aquecida.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

A analista da Ágora destaca que o BTG possui uma alta correlação com o PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas do país).

"Portanto, em um cenário de melhora nas condições macro e crescimento mais robusto do PIB, poderíamos ver melhores tendências de lucro através da expansão nas principais linhas de negócios do banco", diz Maria Clara.

Em uma conjuntura de queda nos juros, ela espera que todo o mercado de capitais se beneficie, assim como o BTG. "Além disso, a transformação digital promovida pelo banco pode melhorar seu mix de receitas."

A especialista lembra ainda que, desde 2015, o BTG vem promovendo uma série de iniciativas ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança), com o intuito de fomentar e aplicar tais políticas em toda sua cadeia de produtos e serviços.

O banco também faz parte do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da B3, que demonstra o comprometimento com a transparência e divulgação das emissões de gases de efeito estufa e antecipa a visão de como a instituição financeira se prepara para uma economia de baixo carbono.

De acordo com Ernani Teixeira Reis Junior, analista gráfico da Ágora, as units do BTG (BPAC11) seguem apresentando tendência de alta no médio prazo.

Ele avalia que, se os papéis superarem a cotação de R$ 27,01, novas valorizações podem ocorrer, em direção ao patamar de R$ 31,28 e, posteriormente, R$ 35,53.

"Na eventual consolidação desses cenários, o ganho potencial seria de aproximadamente 16%, 34,3% e 52,6%, respectivamente, tendo como referência o preço inicial registrado aos R$ 23,28", afirma.

Reis pondera, no entanto, que o cenário requer cautela. Isso porque os preços têm se aproximado da chamada "linha de tendência de alta", na faixa de R$ 22,50, e uma eventual queda abaixo desse nível significaria uma reversão do movimento no médio prazo.

Se isso acontecer, diz o especialista, as ações do BTG podem cair inicialmente até o "patamar de suporte" mais próximo, que estaria na região dos R$ 18,12.

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