| | Isac Nóbrega/Presidência da República |
| | | | Lucro da Klabin dobra, e mercado de papel traz oportunidade para investir | | O destaque da semana na newsletter A Companhia fica para a Klabin, escolhida por Renato Cesar Chanes, analista da Ágora Investimentos. Ele diz que os preços da celulose nos mercados internacionais apresentam altas expressivas neste ano - como é o caso do produto de fibra curta, por exemplo, que acumula aumento de mais de 40%. "No entanto, as cotações dos papéis de empresas do setor não têm refletido esse cenário, o que gera oportunidades." No primeiro trimestre do ano, a Klabin registrou um lucro líquido de R$ 875 milhões, mais que o dobro (alta de 108%) do apurado em igual período de 2021. Após queda de 1,54% no ano passado, as units (cesta de ações) da Klabin (KLBN11) acumulam perda de 24,6% em 2022, até o dia 14 de julho. Saiba mais sobre a Klabin A Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, com 22 fábricas no país e uma na Argentina. Além disso, é a única empresa no mercado brasileiro que oferece soluções em celulose de fibra curta, fibra longa e fluff (usada em produtos absorventes). É também líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais. Atualmente, a companhia é controlada pela Klabin Irmãos & Cia (KIC) e NIBLAK Participações, que possuem em conjunto 52,23% do capital votante, enquanto o restante das ações está pulverizado entre os mais diversos investidores, nacionais e estrangeiros. PUBLICIDADE | | | Por que as ações da Klabin são uma oportunidade para investir? | Pelos cálculos da Ágora, o comportamento recente dos papéis da Klabin parece antecipar uma correção significativa nos preços da celulose já neste segundo semestre, recuando para o patamar equivalente ao custo marginal da indústria - ao redor de US$ 550 a tonelada -, afirma Chanes. "No entanto, acreditamos que o mercado de celulose permanecerá bastante saudável até 2023", ressalta o especialista. A previsão se baseia em três grandes fatores, sendo um deles a oferta reduzida do produto, em razão de atrasos em projetos e redução de capacidade na América do Norte, além de restrições contínuas à produção, incluindo o fornecimento por parte da Rússia. O analista cita ainda o reabastecimento de estoque ao consumidor, após defasagem de quase 1,8 milhão de toneladas desde o fim de 2020, e a implementação gradual de aumentos no preço do papel, à medida que a economia chinesa vai se reaquecendo. Chanes afirma que as estimativas da Ágora para a celulose de fibra curta indicam valores de US$ 775 a tonelada neste ano e US$ 730 a tonelada em 2023, superiores ao consenso de mercado, que está na casa de US$ 700 e US$ 600 a tonelada, respectivamente. "Como resultado, acreditamos que os lucros das empresas devem melhorar nos próximos trimestres - não o contrário, como parece evidente nos preços atuais dos ativos", diz o analista. "No caso da Klabin, especificamente, o preço de celulose fluff vem registrando uma impressionante alta, de mais de US$ 450 a tonelada no acumulado do ano." No segmento de papel/embalagem, ele destaca que a demanda doméstica vem se recuperando, enquanto os preços de kraftliner, papelão e papelão ondulado vêm subindo. "Além disso, o projeto Puma II continua crescendo, produzindo mais volumes de kraftliner", diz o analista, referindo-se à iniciativa da Klabin de expandir a capacidade no segmento de papéis para embalagens, por meio da construção de duas máquinas de papel com produção de celulose integrada na unidade Puma, localizada em Ortigueira (PR). Na opinião de Chanes, a contribuição da fase 2 desse projeto e ajustes relevantes nos contratos de precificação de papelão - potencialmente, da ordem de 30% - devem dar suporte aos resultados, já olhando para 2023. Pontos a favor - Aumento da preocupação com o meio ambiente, o que tem estimulado a troca das embalagens de plástico por cartonados/papel, elevando a demanda por produtos da Klabin;
- Estrutura de capital balanceada, com nível de endividamento confortável, sobretudo diante da expressiva geração de caixa, impulsionada pela alta nos preços da celulose;
- Autossuficiência energética na produção de celulose e papel, o que deixa a empresa menos exposta a riscos de fornecimento e ainda gera receita extra com a venda de energia excedente.
Pontos contra - Risco de desabastecimento de madeira, o principal insumo usado no processo fabril da companhia;
- Influência nas decisões estratégicas da empresa por parte de investidores relevantes, o que pode gerar uma percepção negativa quanto à governança corporativa;
- Forte competição nos segmentos de papel, celulose e embalagens, no Brasil e exterior, o que pode prejudicar a participação de mercado e a lucratividade da empresa.
| A ação está barata ou cara? | A Ágora afirma que os preços mais elevados da celulose e do papel/embalagem, além da alta do dólar, mais que compensam o aumento de custos da Klabin nas estimativas feitas para 2022 e 2023. Como isso, a corretora recomenda compra para as units da companhia (KLBN11). A indicação tem como base também os seguintes indicadores: Preço-alvo: a instituição projeta um valor de R$ 37 para a ação da empresa até o fim do ano. Como o papel fechou cotado a R$ 18,79 no dia 14 de julho, a interpretação é de que existe um potencial de valorização, de 97%. O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado tempo. É o principal referencial usado para determinar a recomendação para uma companhia, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender). EV/Ebitda: está em 5,5 vezes nas previsões da Ágora para 2023, substancialmente abaixo da média histórica - ao redor de 8 vezes. O indicador aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. Na opinião da corretora, a Klabin continua apresentando crescimento de Ebitda, o que deixa esse indicador ainda mais vantajoso para o investidor. Dívida líquida/Ebitda: está em 2,4 vezes, conforme o balanço do primeiro trimestre, com expressiva queda em relação a igual período do ano passado (4,2 vezes). O índice representa o nível de alavancagem de uma empresa, medido pelo endividamento total, menos caixa, dividido pela geração operacional de recursos. Quando menor, melhor. | Para quem é indicada esta ação? | O time de análise da Ágora recomenda os papéis da Klabin para quem deseja aumentar a exposição cambial na carteira de investimentos, ao mesmo tempo em que agrega um setor com características defensivas. A Ágora diz que o segmento de embalagens integra a lista de componentes básicos de consumo para a maior parte da população, abrangendo desde itens da cesta básica até produtos eletrônicos de alta tecnologia. "Acreditamos que a Klabin seguirá sua trajetória de crescimento, reforçando a aspiração de ser referência mundial, com produtos de base florestal de usos múltiplos, renováveis, recicláveis e biodegradáveis", afirma Chanes. Quais são as perspectivas no médio e longo prazo? O analista lembra que a produção mundial de plástico subiu de 2 milhões de toneladas, em 1950, para mais de 350 milhões em 2021 - e a previsão é de que o número possa dobrar até 2040. Os impactos dessa realidade, e da poluição resultante do despejo irregular, estão aumentando a conscientização e estimulando a troca de produtos de uso único nas mais diversas indústrias. Pensando nisso, a Klabin criou no ano passado o Painel ESG, que reúne seus compromissos, metas e principais indicadores de desempenho, reforçando a transparência e a governança relacionadas ao tema. "Entendemos que essa mudança de paradigma, entre outros eventos, continuará ampliando a demanda pelos produtos da Klabin ao longo dos próximos anos, justificando a escolha por parte de investidores que possuem longos horizontes de tempo para seus recursos." Renato Cesar Chanes, analista da Ágora Investimentos | | | Divulgação/Ágora Investimentos |
| | | | Análise gráfica | Ernani Teixeira Reis Junior, analista gráfico da Ágora, afirma que as units da Klabin (KLBN11) apresentam tendência de baixa no médio prazo. Segundo ele, se os preços se mantiverem perto de R$ 19, pode haver uma "região de suporte", atraindo compradores, o que pode indicar uma retomada do movimento de alta no curto prazo. Caso esse cenário se confirme, o especialista avalia que os papéis podem subir até o patamar de R$ 22,50, o que representa um potencial de ganho inicial de 19,7%, tendo como referência o preço de R$ 18,79 (cotação em 14 de julho). Reis afirma ainda que, se o nível de R$ 22,50 for superado, as ações da Klabin podem avançar ainda mais, até a casa de R$ 24,62 -o que elevaria o potencial de valorização para 31%. "A atenção do investidor deve ficar para o risco de as ações da Klabin perderem a região de suporte indicada aos R$ 19, cenário que poderia ser visto pelo mercado como nova oportunidade de venda de curto prazo, tendo a seu favor a tendência principal de baixa." ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos mostra que a Bolsa brasileira teve neste ano a pior performance desde março de 2020. E deve continuar apanhando no resto do ano, com eleições e desaceleração global. Mas há algumas ações que podem resistir a isso tudo. Veja quais são. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. | |