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| | | | Ações da farmacêutica Hypera sobem 48% neste ano; ainda vale investir? | | Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a Hypera Pharma, selecionada por Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. A empresa obteve lucro líquido de R$ 456 milhões no segundo trimestre, com queda de 3% de relação a igual período de 2021. A receita líquida aumentou 25,8% no intervalo, para R$ 1,9 bilhão, impulsionada pelo mercado institucional. "Sendo uma companhia já bem estabelecida no seu segmento e tendo bons indicadores de rentabilidade, a Hypera é uma boa candidata a entrar em portfólios de investidores que gostam de ativos de qualidade e que buscam equilibrar a carteira com um nome mais defensivo em tempos de volatilidade" Rodrigo Crespi Ele lembra que a empresa tem apresentado um retorno sobre o patrimônio líquido de aproximadamente 14% nos últimos períodos. Após perda de 14,2% em 2021, as ações da Hypera (HYPE3) acumulam alta de 47,7% neste ano, até 19 de agosto. Saiba mais sobre a Hypera Pharma Fundada em 2001 com o nome Hypermarcas, adotou em 2017 uma nova marca corporativa, a Hypera Pharma. Trata-se da maior empresa farmacêutica do país, por receita líquida, e a única que está presente em todos os segmentos relevantes do varejo ligado ao setor. Seu portfólio inclui medicamentos bastante conhecidos do grande público, como Neosaldina, Dramin e Buscopan. O grupo lançou mais de 80 produtos em 2021 e prevê mais de 100 novidades para este ano. PUBLICIDADE | | | Por que as ações da Hypera Pharma são uma oportunidade para investir? | Crespi afirma que a Hypera refinou seu modelo de negócios e passou a focar na manufatura de produtos médicos, com os quais atua nos principais segmentos do mercado - sendo um dos nomes mais fortes dentro do varejo farmacêutico nacional. "Com marcas que incluem remédios de prescrição, genéricos/similares (sob a identidade Neo Química, que batiza a Arena do Corinthians) e produtos mais direcionados ao dia a dia (como o adoçante Zero Cal, por exemplo), a companhia tem um portfólio bem sortido" Rodrigo Crespi Além disso, é um competidor que se beneficia do cenário de envelhecimento da população, cuja consequência direta é o aumento expressivo dos gastos com medicamentos. Pontos a favor - Resultados: tem apresentado balanços sólidos e, recentemente, passou a mapear as vendas na ponta final (conhecidas como "sell-out" e que bateram recorde no segundo trimestre), cadenciando melhor o capital de giro e alocando de maneira mais eficiente os recursos para produção de medicamentos
- Força comercial: possui ampla base de representantes, que apresentam os produtos para a comunidade médica, tanto de forma presencial quanto digital
- Diversificação e inovação: é conhecida pela presença no varejo, mas já começa a mirar o mercado institucional, no qual tem baixa penetração. Além disso, investe alto em pesquisa e desenvolvimento. No último demonstrativo, 27% da receita líquida veio de produtos lançados nos últimos cinco anos
Pontos contra - Governança corporativa: foi reformulada há poucos anos, após casos de corrupção envolvendo ex-executivos da empresa, mas o assunto ainda é tratado com cautela na comunidade de investidores
- Endividamento: apesar do bom histórico de geração operacional de caixa, a dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses é de 2,8 vezes, reflexo de aquisições recentes. Ainda que não represente um nível de alavancagem preocupante, pode prejudicar os planos de expansão via compra de outros players
- Câmbio: parte da matéria-prima usada pela companhia é importada e, portanto, um dólar fortalecido tem potencial de prejudicar as margens de lucro
| A ação está barata ou cara? | A percepção atual é de que os papéis da Hypera (HYPE3) estão "razoavelmente bem precificados", ou seja, vem sendo negociados muito perto do valor considerado justo, afirma Crespi. A avaliação tem como base os seguintes indicadores: Preço/lucro: as ações da empresa são negociadas atualmente a um P/L de 20 vezes, frente à média de 18 vezes nos últimos cinco anos. O índice mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Quanto maior, mais cara está a ação. EV/Ebitda: está em 14,5 vezes, muito próximo do patamar histórico, que é de 15 vezes. O índice aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. Quanto menor, melhor. "A despeito dos indicadores já 'esticados' quando olhamos pelo retrovisor, a Hypera é uma companhia que constantemente entrega crescimento em suas principais linhas financeiras, o que permite que o mercado assuma os múltiplos futuros como os mais adequados para uma avaliação do ativo", diz o analista. Por esse critério, espera-se que as ações sejam negociadas a 13,5 vezes o lucro de 2023 e a 10,8 vezes o Ebitda do mesmo período, o que representa um desconto interessante diante do histórico da companhia, afirma a corretora. | Para quem é indicada esta ação? | A Guide recomenda os papéis da Hypera para investidores que buscam companhias bem posicionadas e com um modelo de negócios já definido. Além disso, que apresentem histórico de bons resultados e distribuição regular de proventos. Quais são as perspectivas no médio e longo prazo? "O futuro parece promissor para a farmacêutica", destaca Crespi. Segundo ele, a Hypera deve seguir implementando sua estratégia de diversificação para o mercado institucional, o que se nota pelo investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento, fator importantíssimo dentro do segmento. "Além disso, a companhia vem expandindo sua capacidade de produção, para atender ao crescimento da demanda." O especialista cita também a possibilidade de um novo movimento de consolidação no setor, para o qual a empresa estaria bem preparada. "A despeito de parecer já bem precificada [em Bolsa], a companhia tem conseguido entregar resultados crescentes em um mercado no qual tem presença relevante há algum tempo." | | | Reprodução |
| | | | Análise gráfica | A análise gráfica das ações da Hypera (HYPE3) foi elaborada por Weslley Mesquita, da MyCAP Investimentos. Segundo ele, a cotação entre R$ 41,80 e R$ 42 representa oportunidade de compra para quem busca um movimento de curto prazo, pois a tendência é subir para os patamares de R$ 42,68 e R$ 42,70 antes de buscar o topo histórico de R$ 43,37. O especialista alerta, no entanto, que o papel pode recuar em função de "realização de lucro", ou seja, venda por parte de investidores que queiram embolsar o ganho visto até agora. Tal cenário pode se configurar se o preço cair abaixo de R$ 41,07 ou R$ 41. Em uma perspectiva de médio e longo prazo, porém, Mesquita afirma que a tendência é de valorização. "Para quem tem horizonte mais longo, o topo histórico (R$ 43,37) é um ponto que pode destravar alvos mais elevados, em R$ 44,55 e R$ 47,74", diz o analista. "Entretanto, antes de buscar tais níveis, a ação pode oscilar entre R$ 38,88 e R$ 36,46, sem perder o viés positivo." Mesquita comenta que tais variações de preço podem representar novas oportunidades de compra para quem ainda não possui o papel da Hypera, trazendo uma melhor relação entre risco e retorno. Para quem já tem a empresa em carteira, seria o momento de avaliar a possibilidade de venda parcial das ações, para evitar prejuízos maiores ou defender o capital investido. ********** NA NEWSLETTER INVESTIMENTOS A newsletter Investimentos da última semana mostra como fugir das pegadinhas e não perder dinheiro em suas aplicações. Além de verificar o retorno de cada investimento, é preciso prestar atenção em taxas e impostos escondidos. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. | |