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| | | | Ação da nova Eletrobras, privatizada, sobe 36% no ano; é hora de investir? | | O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Eletrobras, selecionada por Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos. A gigante de energia elétrica foi privatizada recentemente, em junho deste ano, e o especialista ressalta que as mudanças estão apenas começando. Segundo ele, a empresa vinha perdendo relevância no setor, ano após ano, apesar das boas diretrizes gerenciais adotadas desde 2016, sob o comando de Wilson Ferreira Júnior —que deixou a presidência em janeiro de 2021 e retornou no mês passado. "Quis o destino que, findado o processo que ajudou a fundar as bases [para a venda do grupo], Wilson Ferreira Júnior retornasse ao cargo de CEO da companhia para ajudá-la a atingir seu potencial e, assim, destravar o que nos parece uma das maiores assimetrias entre risco e retorno existentes hoje na Bolsa", diz o especialista. A Eletrobras obteve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre, volume 45% menor no comparativo anual. Após queda de 2% em 2021, as ações ordinárias da empresa (ELET3) acumulam alta de 36,3% neste ano, até 15 de setembro, conforme informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro. Saiba mais sobre a Eletrobras Trata-se da maior companhia de energia elétrica da América Latina, com atuação nos segmentos de geração, transmissão e comercialização. No fim de 2021, era responsável por 28% (50 GW) de toda capacidade instalada no país (181 GW) e possuía aproximadamente 74 mil quilômetros de linhas de transmissão, sendo 66,5 mil quilômetros de linhas corporativas do sistema Eletrobras e o restante correspondente à participação do grupo em sociedades de propósito específico (SPEs). PUBLICIDADE | | | Por que as ações da Eletrobras são uma oportunidade para investir? | Arbetman afirma que, após a capitalização, a companhia poderá avançar em diversas questões, como simplificação da estrutura societária; redução de custos e despesas; captura de oportunidades de investimentos (sobretudo no mercado de comercialização de energia); participação em leilões de geração e transmissão; e obtenção de ganhos tributários oriundos da maior eficiência operacional e financeira. "Ainda que possamos ter um período úmido mais favorável e, assim, menores preços de energia nos próximos meses, a experiência de Wilson Ferreira Júnior será fator essencial para a companhia conseguir monetizar seu potencial, especialmente a partir da descotização [mudança do regime de comercialização de energia] de suas usinas", afirma o analista. Pontos a favor - Revisão da estrutura societária: espera-se um rearranjo neste item, o que pode simplificar processos, facilitar o entendimento do mercado e eliminar custos desnecessários;
- Melhora na eficiência: agora livre para escolher fornecedores, clientes e, aos poucos, praticar integralmente preços de mercado, a companhia poderá ampliar receitas e reduzir despesas operacionais;
- Captura de oportunidades: efetivação da empresa no segmento de comercialização de energia traz boas perspectivas de novos negócios, para os quais a experiência do atual presidente é fundamental.
Pontos contra - Riscos ligados a ações judiciais e dívidas: a questão envolve o pagamento de empréstimos compulsórios e a inadimplência da Amazonas Energia, que deve cerca de R$ 7 bilhões à Eletrobras, sendo que apenas 60% está provisionado;
- Participação em grandes usinas: as fatias detidas em Jirau, Belo Monte e Santo Antônio podem ser encaradas como uma amarra ao crescimento do grupo, dada a maior dificuldade de gerenciamento desses empreendimentos;
- Risco hidrológico: com a descotização das usinas, a companhia terá que proteger ainda mais seu portfólio para o caso de eventos negativos, como as secas ocorridas em 2014 e 2021, por exemplo.
| A ação está barata ou cara? | A Ativa tem recomendação de compra para os papéis ordinários da Eletrobras (ELET3), com base nos seguintes indicadores: Preço-alvo: a instituição projeta um valor de R$ 60 para a ação da companhia até o fim do ano. Como o papel fechou cotado a R$ 44,69 no dia 15 de setembro, a interpretação é de que existe um potencial de valorização, de 34,2%. O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado tempo. É um importante referencial, mas não o único, usado para determinar a recomendação para os papéis de uma companhia, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender). EV/Ebitda: está em 8,18 vezes, levemente abaixo da média dos últimos três anos, de 8,22 vezes. O índice aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. Quanto menor, melhor. "O Ebitda atual ainda não incorpora os avanços na empresa, o que potencializa o valor que o papel pode obter no futuro", diz o analista. | Para quem é indicada esta ação? | Arbetman lembra que o papel da Eletrobras apresenta forte desempenho neste ano, com alta de 36,3% até 15 de setembro, mas ainda assim vê espaço para novos ganhos. "Acreditamos que as ações estejam em patamar atrativo para investidores que consigam vislumbrar horizontes mais longos." Quais são as perspectivas no médio e longo prazo? O especialista afirma que, uma vez privatizada, a companhia deve revisar seu desenho societário, o que será positivo. "Atualmente, a Eletrobras possui cinco subsidiárias e mais de 75 sociedades de propósito específico, estrutura que passa longe do ótimo, do ponto de vista operacional, financeiro, gerencial e tributário." Em relação à eficiência operacional, ele estima que a possibilidade de vender livremente no mercado cerca de 1,5 GW em média por ano, até 2026, deve reduzir em até 50% a relação gasto/MW, ao longo da próxima década. Para isso, Arbetman acredita que a empresa também lançará programas de adequação da estrutura atual de funcionários. "Destacamos ainda o potencial que a companhia tem em leilões de geração e transmissão", diz o analista, lembrando que, ao longo dos próximos anos, muitas oportunidades devem surgir nesses segmentos. "Quanto a movimentos de fusões e aquisições, acreditamos que agora, mais do que nunca, a Eletrobras poderá rever o seu portfólio e tentar adquirir outras empresas", afirma. "Ademais, existe também a capacidade de criação de valor por meio de desinvestimentos." | | | Reprodução |
| | | | Análise gráfica | Segundo Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa, o comportamento gráfico das ações da Eletrobras (ELET3) mostra que não há tendência definida para o curto prazo —embora a expectativa seja mais para a baixa. Ele afirma que os papéis atravessam atualmente uma faixa importante de preço, mantendo-se acima dos patamares de R$ 44,95 e R$ 45, níveis considerados de suporte das cotações. No entanto, diz ele, a ação não tem conseguido avançar além de R$ 46 e R$ 46,60. Caso ultrapasse essas regiões de resistência, Vella acredita que o valor possa chegar a R$ 47,70 e, posteriormente, subir para R$ 49 e R$ 50,29. "No médio prazo, a tendência é de alta", afirma o especialista. ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos mostra como investir para viajar, dar entrada em um carro ou apartamento daqui a alguns anos. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. | |