Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a Prio, operadora de campos de petróleo, selecionada por Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research.

Ele lembra que a empresa costuma adquirir campos maduros (já explorados e com reservas comprovadas) e passa a operar esses ativos incorporando ganhos de produtividade.

"Como o grupo ainda é pequeno em relação às grandes companhias mundiais do setor, a dedicação aos campos é maior", explica o analista. "Com isso, consegue produzir mais com custos menores, gerando um valor superior ao que uma empresa tradicional conseguiria."

No terceiro trimestre deste ano, a Prio obteve lucro líquido de US$ 153,7 milhões, com alta expressiva em relação a igual período de 2021, equivalente a 542%.

Neste ano, as ações da companhia (PRIO3) acumulam forte alta, de 73%, até 17 de novembro. Em 2021, os papéis subiram 47%, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Prio

Trata-se da maior empresa independente de óleo e gás natural do país e já figurou nesta newsletter, no início do ano, quando ainda se chamava PetroRio.

Com foco no investimento e na recuperação de ativos em produção, a Prio é especializada na gestão de reservatórios e na exploração de campos de petróleo e gás já em produção há algum tempo (chamados de "maduros"), buscando otimizar processos operacionais e reduzir custos.

Atualmente, possui cinco campos de petróleo e outros quatro ativos exploratórios, um de gás e quatro de óleo.

Barbosa afirma que os resultados da companhia têm crescido fortemente nos últimos anos.

"A empresa vem aumentando seu volume de produção com um processo de revitalização de alguns campos e, com o caixa gerado, vem adquirindo novos", declara o especialista.

Ele calcula que esses novos ativos, com destaque para Albacora Leste e Wahoo, podem triplicar a produção da Prio nos próximos dois anos. "A produção deve passar de 45 mil para 135 mil barris de petróleo por dia, um crescimento de 200%."

O analista diz ainda que a empresa pode se beneficiar do cenário de defasagem de investimentos globais no setor nos últimos anos, ao passo que a demanda segue bastante elevada.

Pontos a favor

• Bom histórico de gestão e alocação de capital;
• Forte crescimento da produção e receitas contabilizadas em dólar, pois a totalidade das vendas é destinada ao exterior;
• Perspectiva de ganhos de eficiência, reduzindo os custos de operação.

Pontos contra

• Riscos de acidentes ambientais, decorrentes da operação de campos de petróleo;
• Exposição às variações do preço internacional da commodity;
• Chance de elevação de despesas com uma eventual mudança na tributação das petroleiras.

A Nord avalia que os papéis da Prio (PRIO3) estão extremamente baratos, por isso tem recomendação de compra. A análise está baseada nos seguintes indicadores:

Ebitda: aumentou 174% no terceiro trimestre, em base anual, totalizando US$ 286,3 milhões (pelo critério ajustado). A alta foi de mais de 2.000% se forem considerados os últimos quatro anos.

O Ebitda é um indicador da geração operacional de caixa. Quanto maior, melhor.

EV/Ebitda: o patamar atual é de 6 vezes, mas tende a recuar de forma expressiva no futuro. Em 2024, por exemplo, quando a companhia já terá incorporado aos resultados as produções dos campos novos, a Nord projeta um índice de 2,7 vezes.

O índice traz o valor da empresa em relação à geração de caixa. Quanto menor, melhor.

Barbosa recomenda os papéis da Prio a investidores que buscam um setor cujo desempenho não dependa da economia brasileira.

É indicada também aos que desejam investir na principal fonte de energia do mundo, segundo ele.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

Segundo o analista, a companhia tem potencial para apresentar, nos próximos anos, um aumento de Ebitda igual ou maior ao que vem registrando. "Isso pode contribuir para que sejam feitas novas aquisições, e o processo de crescimento persista."

Barbosa lembra ainda que, a longo prazo, as cotações em Bolsa tendem a acompanhar os resultados positivos.

No curto prazo, as ações da Prio (PRIO3) tendem a seguir dentro de um "canal de alta", segundo avaliação de Weslley Mesquita, analista gráfico da MyCAP Investimentos.

Segundo ele, eventuais quedas para a região de preço entre R$ 35,54 e R$ 35,36 podem ser vistas como oportunidade para compra para investidores que ainda não têm os papéis.

No médio e longo prazo, a tendência também é de valorização, mas o especialista diz que o forte movimento de compra registrado recentemente pode perder o ímpeto. Isso aconteceria porque os investidores podem vender ações em grande quantidade para embolsar os ganhos.

Mesquita comenta também que o comportamento gráfico das ações sugere uma busca pelo topo histórico de R$ 44,40 (região atingida em 2011), se a cotação ultrapassar R$ 39,25. No sentido contrário, se o preço cair abaixo de R$ 35,99, é possível que recue para R$ 33,10 e R$ 32,55.

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