Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a Weg, selecionada por Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos.

Segundo ele, trata-se de uma das maiores empresas de equipamentos industriais da América Latina, com histórico de resultados fortes, aliando alto crescimento e retorno expressivo sobre o capital investido.

"Além disso, a companhia tem baixo endividamento e boa parte das receitas vem do mercado internacional", diz Siqueira. Tal característica é especialmente positiva em momentos turbulentos como o atual - com um ambiente de juros altos e depreciação do real -, afirma o especialista.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 1,16 bilhão, volume 42,5% maior no comparativo com igual intervalo de 2021.

Após queda de 11,9% em 2021, as ações da Weg (WEGE3) acumulam ganho de 14,6% neste ano, até 8 de dezembro, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Weg

Fundada em 1961, a WEG é uma empresa global de equipamentos eletroeletrônicos, atuando principalmente no setor de bens de capital com soluções em máquinas elétricas, automação e tintas, para diversos setores.

A companhia, que já figurou nesta newsletter, possui fábricas em 15 países, de quatro continentes, e operações comerciais em 37 nações. Suas vendas abrangem mais de 135 países.

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Siqueira afirma que, atualmente, os papéis são uma boa alternativa de investimento, em função do preço de mercado versus o lucro líquido e a geração operacional de caixa da empresa - indicadores que estão bem mais atrativos em relação ao fim de 2021, por exemplo.

Além disso, ressalta o forte crescimento dos investimentos em energia eólica e solar no mundo, o que favorece os negócios da Weg.

Ele lembra ainda que o segmento de equipamentos para geração e distribuição de energia representa uma das principais linhas de receita da companhia.

Pontos a favor

• Baixo endividamento: em momentos de juros elevados, empresas com esse perfil tendem a apresentar desempenho superior;
• Diversificação geográfica das receitas: a Weg exporta boa parte de seus produtos ou produz diretamente em outros países, oferecendo aos investidores proteção contra os riscos locais (como questões políticas e fiscais no Brasil);
• Alta rentabilidade: a companhia possui um histórico de retorno sobre o capital superior a 30% em diversos anos.

Pontos contra

• Precificação atual em Bolsa: a Weg ainda é uma empresa cara para os padrões brasileiros, quando se analisam alguns indicadores de desempenho frente ao valor atual da ação;
• Risco de desaceleração nas vendas: a transição energética pode perder força nos próximos anos, reduzindo o crescimento das receitas;
• Recessão: por se tratar de uma empresa global, a desaceleração econômica mundial, derivada do aumento generalizado dos juros em 2022, pode diminuir a demanda pelos produtos do grupo.

Siqueira afirma que, normalmente, os papéis da Weg (WEGE3) são considerados caros pelo mercado, em razão do crescimento elevado, rentabilidade alta e perfil defensivo.

Ainda assim, segundo ele, a companhia reúne elementos que justificam a recomendação de compra.

A avaliação tem como base os seguintes indicadores:

Preço-alvo: a instituição projeta um valor de R$ 42,50 para a ação da companhia, em um horizonte de 12 meses. Como o papel fechou cotado a R$ 37,20 em 8 de dezembro, a interpretação é de que existe um potencial de valorização, de 14%.

O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado período. É um importante referencial - mas não o único - usado para orientar a recomendação para o papel, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender).

Preço/lucro: as ações são negociadas atualmente a um P/L de 33 vezes, frente a uma média histórica de 28 vezes. O índice mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Quanto maior, mais cara está a ação.

EV/Ebitda: está em 24 vezes, ante média histórica de 21 vezes. O índice aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. Quanto menor, melhor.

No caso dos dois últimos indicadores, apesar de estarem elevados, nota-se uma expressiva melhora em relação ao fim do ano passado, quando o P/L estava em 38 vezes e o EV/Ebitda, em 28 vezes, observa o analista.

Siqueira avalia que os papéis da Weg se encaixam no portfólio de investidores em renda variável com perfil moderado ou arrojado.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

Ele afirma que o horizonte é positivo para as ações da Weg.

O analista lembra que, nos últimos anos, a receita da empresa tem apresentado uma evolução consistente, superior a 20% a cada 12 meses.

"A transição energética, com mais investimentos em energia térmica e eólica, além de carros elétricos, elevou a demanda por equipamentos da Weg."

No curto prazo, as ações da Weg (WEGE3) passam por uma desaceleração do movimento de alta, conforme avaliação de Weslley Mesquita, analista da MyCAP Investimentos.

Segundo ele, é possível que haja uma realização de lucros, ou seja, que alguns investidores resolvem vender os papéis para embolsar os ganhos. Se isso acontecer e o papel cair abaixo de R$ 36,43, pode recuar até o patamar de R$ 35,84, afirma Mesquita.

É possível, no entanto, que a ação siga se valorizando. Por essa hipótese, ele identifica um ponto importante em R$ 39,38, que pode disparar uma nova tendência positiva, fazendo com que as cotações subam para R$ 40,57 e, na etapa seguinte, para R$ 42,42.

Já para investidores com foco no médio e longo prazo, Mesquita enxerga oportunidades de compra se os preços rondarem a casa de R$ 34,58 a R$ 36,40. Tal região pode atrair um fluxo positivo de recursos e dar fôlego para que o papel busque a cotação de R$ 42,42 e, posteriormente, siga em direção à máxima de R$ 45,70, diz o especialista.

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