Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a Telefônica Brasil, selecionada por Guilherme Tiglia, sócio e analista de ações da Nord Research.

"Acredito ser um bom investimento para uma estratégia de dividendos", diz o especialista, lembrando que a empresa remunera seus acionistas geralmente duas vezes por ano.

A Telefônica Brasil encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, volume 9,3% maior no comparativo com igual período do ano passado.

Após alta de 11,8% em 2021, as ações da companhia (VIVT3) acumulam baixa de 17% neste ano, até 23 de dezembro, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Telefônica Brasil

Detentora da marca Vivo, trata-se da maior empresa de telecomunicações do país, com 112 milhões de acessos na operação móvel e fixa, 33 mil colaboradores diretos e 101 mil prestadores de serviços e terceirizados.

Seu portfólio de produtos inclui serviços de voz (fixos e móveis), dados móveis, banda larga fixa, ultrabanda larga, TV por assinatura, tecnologia da informação e digitais —o que abrange, por exemplo, serviços financeiros, armazenamento de dados em nuvem, entretenimento e segurança.

Tem como controlador o grupo espanhol Telefónica, um dos maiores conglomerados de telecomunicações do mundo, com presença em 12 países.

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Tiglia afirma que a escolha da companhia leva em conta principalmente o histórico consistente e boas perspectivas em termos de remuneração aos acionistas.

Ele ressalta que, nos últimos 12 meses, o retorno médio com dividendos pagos pelos papéis da Telefônica Brasil ficou em 9,1%, superior à média dos últimos dez anos —ao redor de 7,5%.

"Olhando para frente, seguimos acreditando em um bom patamar de proventos."

Pontos a favor

• Liderança de mercado na telefonia móvel;
• Marca amplamente reconhecida;
• Foco em mix de produtos de maior valor agregado.

Pontos contra

• Forte concorrência no setor;
• Transformações tecnológicas que possam afetar seu ambiente de negócios.

A Nord tem recomendação de compra para a Telefônica Brasil (VIVT3), pois avalia que os papéis vêm sendo negociados a preços interessantes.

"Trata-se de uma empresa com forte geração de caixa e bem posicionada em seu setor, além de ser muito pouco alavancada", destaca Tiglia.

"Existem boas avenidas de crescimento (Fibra, 5G e menor exposição a produtos obsoletos), que devem seguir contribuindo para os resultados."

A análise considera ainda o seguinte indicador:

Dívida líquida/Ebitda: está em apenas 0,7 vez, segundo balanço do terceiro trimestre de 2022.

O índice reflete o nível de alavancagem de uma empresa, medido pelo endividamento total, menos caixa, dividido pela geração operacional de recursos. Quando menor, melhor.

Segundo o especialista, a exposição ao setor de telecomunicações faz sentido para quem busca papéis de dividendos.

Ele lembra que a Telefônica integra um grupo de empresas maduras, com negócios já consolidados e rentabilidade comprovada ao longo do tempo.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

Tiglia destaca que o cenário é positivo para a companhia no horizonte citado.

Pelos cálculos do analista, o retorno com dividendos esperado para os próximos meses está na casa de 8%.

Weslley Mesquita, analista gráfico da MyCAP Investimentos, afirma que as ações da Telefônica Brasil (VIVT3) estão sendo negociadas atualmente dentro de um chamado "canal de baixa".

Segundo ele, essa tendência negativa pode continuar no curto prazo, fazendo com que as cotações recuem para R$ 36,35 e R$ 35,27.

Na hipótese de os papéis começarem a subir, o especialista observa que o movimento só deve ganhar força se for superado o patamar de R$ 38,04 —o que poderia elevar os preços para R$ 39,03 e R$ 39,66.

No horizonte de médio e longo prazo, Mesquita também enxerga um canal de baixa, com uma força vendedora prevalecendo sobre o papel.

Para ele, um "gatilho de compra" na região de R$ 38,04 pode impulsionar as ações para R$ 39,03 e R$ 40,70, trazendo alguma melhora, mas ainda assim a tendência permanece negativa.

Caso os papéis caiam abaixo de R$ 36,35, a indicação é de um recuo ainda maior, com os preços atingindo R$ 35,27 e, posteriormente, R$ 33,97, diz o analista.

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