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| | | | Construtora de casa popular tem alta de 34% no lucro; vale investir? | | Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a construtora Direcional Engenharia, escolhida pelo analista Bruno Marin, do PagBank. Ele lembra que a empresa é uma das maiores construtoras brasileiras focadas na baixa renda, com forte presença no programa habitacional Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), além de possuir um braço de atuação voltado para a classe média, por meio da subsidiária Riva. "A companhia possui uma excelente eficiência operacional, que se provou vencedora mesmo em momentos desafiadores da economia, e entendemos que essa expertise traz vantagens significativas para surfar a melhora do setor da construção civil", afirma o especialista. Segundo ele, a estabilização da taxa básica de juros (Selic) e do custo de construção também favorecem o setor. No terceiro trimestre de 2022, a Direcional contabilizou um lucro líquido de R$ 63 milhões, com alta de 34% frente a igual período do ano anterior. Após valorização de 2% em 2021, as ações da Direcional (DIRR3) apresentaram ganho de 35% em 2022, conforme dados do TradeMap, hub independente do mercado financeiro. Saiba mais sobre a Direcional A empresa atua em diversas regiões e está entre as cinco maiores construtoras do país, com foco em empreendimentos populares e de médio padrão. Com 41 anos de experiência, possui uma estrutura verticalizada e um processo de construção padronizado, que viabilizam empreendimentos de grande porte e permitem uma melhor eficiência. Atualmente, a Direcional detém um banco de terrenos avaliado em R$ 28 bilhões, com potencial total de construção de mais de 156 mil unidades, o suficiente para manter um volume anual de lançamentos superior a R$ 3 bilhões, nos próximos nove anos. PUBLICIDADE | | | Por que as ações da Direcional são uma oportunidade para investir? | Diferentemente de incorporadoras voltadas para média, alta e altíssima renda, que tiveram seus resultados pressionados durante a alta de juros no país, a Direcional conseguiu lucrar em todos os trimestres desde o início de 2020, afirma Marin. "E quase sempre mostrou crescimento do resultado líquido ante o trimestre anterior." O especialista ressalta ainda que, nesse período, a margem bruta de lucro da empresa esteve sempre acima de 30%, patamar que faz frente a incorporadoras voltadas a segmentos premium. Entre julho e setembro de 2022, a Direcional registrou o melhor trimestre em vendas líquidas de sua história (R$ 847 milhões) e obteve um recorde de lançamentos (R$ 1,2 bilhão). As cifras representam aumentos de 32% e 10%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior. "Esses resultados se devem a algumas estratégias operacionais importantes, como o foco de seus lançamentos e de seu banco de terrenos na região Sudeste, que concentra grande parte da demanda", comenta o analista. "Outro ponto relevante é seu método de construção diferenciado, que permite viabilizar empreendimentos de forma mais rápida e com economia de mão de obra." Marin diz que a Direcional está bem posicionada para se beneficiar de incentivos do novo governo a moradias populares, com foco em faixas de renda intermediárias. Pontos a favor - Margem bruta de lucro saudável, mesmo em períodos desafiadores;
- Diversificação de receitas dentro e fora do programa social Casa Verde Amarela;
- Banco de terrenos robusto.
Pontos contra - Programa habitacional do governo pode não sair como esperado, em razão do volume de recursos, condições de financiamento etc;
- Eventual pressão nas margens de lucro com a inflação elevada;
- Risco de execução dos lançamentos.
| A ação está barata ou cara? | Segundo Marin, a ação da Direcional (DIRR3) pode ser uma boa oportunidade de compra, pois está relativamente barata. A análise está baseada nos seguintes indicadores: Preço-alvo: A instituição projeta um valor de R$ 20 para a ação da companhia, em um horizonte de 12 meses. Como o papel fechou cotado a R$ 15,64 em 29 de dezembro passado, a interpretação é de que existe um potencial de valorização de 28%. O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado período. É um importante referencial, mas não o único, usado para orientar a recomendação do papel, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender). Preço/lucro: As ações da Direcional são negociadas atualmente a um P/L de aproximadamente 8,79 vezes, abaixo da média dos últimos três anos, de 12,92 vezes. O índice mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Quanto maior, mais cara está a ação. EV/Ebitda: está em 5,81 vezes -também abaixo da média dos últimos três anos, de 7,67 vezes. O índice aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. Quanto menor, melhor. Margem líquida: a Direcional apresentou uma margem líquida de 11% no balanço do terceiro trimestre de 2022, acima da média dos últimos três anos, de 10,3%. O cálculo representa a porcentagem do lucro líquido em relação à receita líquida total da companhia. Quanto maior, melhor. | A quem é indicada esta ação? | O analista recomenda os papéis da Direcional para investidores com visão de longo prazo, uma vez que a empresa tem como foco o crescimento orgânico, ou seja, gerado pela expansão dos negócios ou ganho de participação de mercado. Outro aspecto no radar é a eventual distribuição de proventos. Quais são as perspectivas no médio e longo prazo? Marin avalia que, apesar de ainda existirem desafios, grande parte da turbulência no setor de construção ficou para trás, permitindo que empresas como a Direcional possam lançar projetos mais ambiciosos e expandir as operações para novos mercados. "Vemos como positiva a exposição da companhia ao segmento de média renda, com a Riva, pois diminui sua dependência no programa habitacional [Casa Verde Amarela] e posiciona a empresa em um segmento que possui margens ainda melhores, o que é bom para a tese de investimento no médio e longo prazo." | | | Reprodução |
| | | | Análise gráfica | Após formar um movimento lateral, as ações da Direcional (DIRR3) apresentam potencial de retomada da tendência de alta, como mostra o gráfico mensal. A avaliação é de Rodrigo Paz, analista do PagBank. Segundo ele, ao ultrapassar a cotação máxima de R$ 14,50, os papéis tendem a buscar o patamar de R$ 15,16 -no qual pode haver uma eventual pressão vendedora. Se essa segunda barreira for superada, no entanto, é possível que os preços subam ainda mais, alcançando a faixa entre R$ 16,71 e R$ 17,51, diz o especialista. Mesmo com a tendência positiva, ele alerta para eventuais quedas, que podem fazer com que as ações testem o nível de preço entre R$ 12,99 e R$ 11,88. Caso esse patamar seja rompido, a tendência é buscar a região de R$ 9,50, afirma Paz. ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos dá dicas de como escolher sua previdência privada para buscar um futuro mais tranquilo. Veja como funciona, os tipos de plano e os impostos e taxas cobrados. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. | | | |
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