O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Porto Seguro, selecionada por Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos.

Ele ressalta que a empresa é uma das principais seguradoras do país, com liderança nos segmentos automotivo, residencial e empresarial.

"A companhia tem apresentado bons números de receitas, porém vem sendo afetada pelo alto preço dos automóveis, que eleva consideravelmente as despesas com sinistros", pondera o especialista.

No terceiro trimestre de 2022, a Porto Seguro obteve lucro líquido recorrente de R$ 273 milhões, com crescimento de 32% em relação a igual período do ano anterior.

O demonstrativo financeiro do quarto trimestre será divulgado em 9 de fevereiro, conforme calendário disponível no site de relações com investidores do grupo.

No ano passado, as ações da companhia (PSSA3) acumularam ganho de 16,8%, contra 4,7% do principal índice da Bolsa (Ibovespa), segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro. Neste ano, até o dia 13, o desempenho está positivo em 0,5%.

Saiba mais sobre a Porto Seguro

Fundada em 1945, trata-se atualmente da terceira maior seguradora do país, líder nos setores de automóveis, residências e empresas.

O grupo conta com aproximadamente 12 milhões de clientes, distribuídos em diversas linhas de negócios.

Sua estrutura operacional e de distribuição reúne perto de 13 mil funcionários e 120 filiais espalhadas pelo Brasil, além de cerca de 33 mil corretores independentes e 13 mil prestadores de serviço.

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Gracia observa que, nos últimos meses, as ações da empresa foram afetadas pela expectativa de adiamento da queda do juro básico do país (Selic) e pelos gargalos das cadeias de produção de automóveis - que afetaram os preços dos veículos e, consequentemente, os custos relacionados a sinistros.

"Após a queda, pode-se dizer que as ações da companhia estão sendo negociadas a um valor abaixo do seu fundamento."

Pontos a favor

• Boas receitas financeiras;
• Crescimento dos prêmios;
• Aumento dos resultados originados por operações de crédito.

Pontos contra

• Preços dos automóveis continuarem elevados;
• Avanço da sinistralidade.

A Guide tem recomendação neutra para os papéis da Porto Seguro (PSSA3).

"Em nossa visão, as ações estão em um patamar justo e podem ser beneficiadas pela reversão dos pontos negativos citados."
Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos

A avaliação tem como base o seguinte indicador:

Preço-alvo: a instituição projeta um valor de R$ 28 para a ação da companhia, em um horizonte de 12 meses. Como o papel fechou cotado a R$ 23,27 em 13 de janeiro, a interpretação é de que existe um potencial de ganho, de aproximadamente 20%.

O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado período. É um importante referencial - mas não o único - usado para orientar a recomendação para o papel, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender).

Gracia recomenda os papéis da Porto para investidores com perfil moderado/arrojado, com maior apetite ao risco e visão de longo prazo.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

"Acreditamos que, após a normalização dos gargalos de oferta de automóveis, os preços tendem a se normalizar e a companhia entregará margens [de lucro] maiores."
Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos

Ele acredita ainda que pode haver a expansão das receitas advindas do segmento financeiro, com mais operações de crédito e melhor resultado da gestora do grupo.

Para Gracia, os sinistros relacionados com saúde também tendem a se normalizar, beneficiando a empresa.

O analista André Ferreira, da MyCAP Investimentos, afirma que a tendência de recuperação das ações da Porto Seguro (PSSA3), iniciada em 2022, continua válida - com expectativa de um novo ciclo de alta para este ano.

No curto prazo, o papel segue apresentando uma "força dominante de compra", que pode levar a uma valorização acima da cotação de R$ 25, ponto que impulsionaria os preços no longo prazo.

Considerando esse horizonte maior de investimento, a tendência permanece positiva e uma eventual alta acima de R$ 25 pode fazer com que as ações avancem ainda mais, buscando o patamar de R$ 27, diz o especialista.

Em caso de queda, Ferreira identifica um ponto de "suporte" (nível no qual o papel pode começar a reagir) em R$ 21, no curto prazo, e em R$ 16,90, para o longo prazo.