Saiu pesquisa que aponta o Flamengo como o time de maior torcida do Brasil. O Corinthians vem em segundo numa distância relevante do Rubro-negro, vindo São Paulo e Palmeiras em terceiro e quarto lugares. Até aí, tudo bem! O que está provocando chiadeira é o Grêmio na frente do Vasco. Acho um absurdo também. O Vasco é muito, mas muito mais nacional do que o Imortal Tricolor, a não ser que tenham ligado várias vezes para a casa do Eduardo Bueno, o Peninha. Mas não estou nem aí para os que têm mais torcida do que os outros. A minha bronca, chiadeira, revolta e mágoa, por que não?, é estar entre os OUTROS. OUTROS? O que é isso? Nós, torcedores rubros, torcedores do querido America Football Club, o time da Tijuca (apesar de não estar mais lá), do clube fundado em 1904, campeão do Centenário, do 1º campeão do Estado da Guanabara, exigimos mais respeito. Não ficarei só no passado, porque aí não tem graça e colocaríamos muitos dos bambambãs no bolso. Quem é que teve entre os seus torcedores gente como Francisco Alves, Sílvio Caldas, Vicente Celestino, Oscarito, Virgínia Lane, Max Nunes, Gilberto Braga, Sobral Pinto, Marques Rebelo, Chico Anísio (durante um tempo), Tim Maia, Villa-Lobos, Lamartine Babo, Silveira Sampaio, Mário Reis, Dona Ivone Lara? Falo do agora. Dos dias de hoje. Para onde esses caras ligaram, meu Deus? Para o bar Madrid na Almirante Gavião, Tijuca, é que não foi. Porque o Felipinho e o pessoal de lá iria provar que o torcedor americano bebe mais cerveja do que o do Santos, que ganhou a preferência na pesquisa. Tampouco ligaram para o Salete na Afonso Pena, porque entre uma deliciosa empada de camarão e outra, há sempre um americano de plantão. Não ligaram para a Academia Brasileira de Letras, porque certamente enquanto bebericasse o seu chá o acadêmico Arnaldo Niskier responderia orgulhosamente ser torcedor rubro. Não ligaram para a casa do Charles Gavin, talvez com receio de atrapalhar a audição de algum CD. Também não telefonaram para a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), porque estão por lá os jornalistas Vitor Iório e Marcelo Auler. Não entraram em contato com a barbearia America, do Raul, na praça Afonso Pena. Surge sempre algum americano para fazer a barba. Não se deram ao trabalho de perguntar ao Jorge Perlingeiro, locutor dos resultados do desfile das escolas de samba, se o America é nota dez ou não é. Assim como o falecido pai, o radialista Aerton Perlingeiro, ele é nosso. Não se dignaram a dar um alô para a casa do Edu, nosso maior craque, irmão do Zico e do Nando. Teriam uma resposta bem sonora: AMERICA. Demoraram demais para fazer a pesquisa. Não deu tempo de ouvir a Tia Ruth, a torcedora símbolo, e o querido Monarco, que se foram faz pouco tempo. Também não telefonaram para os jovens da torcida Anarco Comuna America, que leva na bandeira o escudo do clube, uma foice e um martelo. E se esqueceram de ligar para alguns jovens que vivem em torno do estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos, e viraram torcedores rubros. Se fossem criativos teriam perguntado: qual o hino mais bonito? A resposta seria sem dúvida alguma: o hino do America, o hino do Lamartine. Enfim, não ligaram para minha casa! Espero uma próxima. Por tudo que relatei e por muito mais, fica um recado para os caras da pesquisa: OUTROS é a vovozinha! Saaaaanguee! PUBLICIDADE | | |