Li o que a Milly Lacombe escreveu no UOL sobre a Isabel. Lindo! Ela mencionou na coluna um texto maravilhoso de Lúcio de Castro, publicado na Agência Sportlight, e que emocionou muita gente pelo dia inteiro. Carol, filha de Isabel, havia pedido, ainda de madrugada, que ele escrevesse para a família, transtornada, anunciar a morte da mãe querida. Li diversos textos, acompanhei depoimentos comovidos de muita gente ligada ao esporte, à política (o presidente Lula se manifestou: "uma voz ativa por um país mais justo") e às artes, todos lembrando a fome de viver de Isabel. Ela era intensa, nas praias e na vida, como escreveu a Milly. Pedro Bial, amigo de juventude de Isabel, me levou às lágrimas, com o texto que publicou em suas redes sociais: Das maiores ondas de Ipanema, ela é a mais alta e perfeita. Das rajadas de vento sudoeste, a mais forte. Dos dias ensolarados do verão, o mais luminoso. Como a areia mais quente e acolhedora, escorria pelos dedos de quem tentasse a segurar, libérrima. Das garotas de Ipanema, a única tão internacional quanto a canção.
Achavam ela uma magricela comprida trançando as pernas para bater na bola. Até que Alberto Bial, do basquete, viu o treino do infantil do vôlei e disse para ela: "Você vai ser a maior jogadora do mundo". Ela acreditou e cumpriu a profecia.
O jeito que ela vivia o esporte transformou o jeito de se viver o esporte. E o jeito de se viver.
Não avisava, fazia. E levava a todos junto, abrindo caminhos como se andasse distraída. Sua liberdade inata libertava sem perguntar, ajudava antes que se pedisse socorro.
Tinha um jeito rouco de pensar alto, ouvia aprendendo e respondia ensinando.
Levava Leila Diniz com ela, todas as musas da república de um bairro hoje suspenso no ar, invisível mas tangível.
Seu sorriso era uma gargalhada. Sua lágrima, espuma salgada.
Das ondas de Ipanema, foi a mais alta. Eles falaram por mim, arrasado e destruído por aqui. Viva Isabel! Jamais a esqueceremos, querida! PUBLICIDADE | | |