Antonieta de Barros já era uma mulher adulta quando aprendeu a ler e escrever, ensinada por estudantes que viviam em sua casa, e que sua mãe, uma escrava liberta que trabalhava como lavadeira, transformou em pensão para completar a renda da família. Não à toa, para ela a educação era a ferramenta que poderia reduzir a desigualdade para mulher e negros no Brasil. Em defesa desta bandeira, formou-se professora e fundou um curso popular para alfabetizar adultos enquanto lecionava em escolas de elite de Florianópolis (SC). Ela chegou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1934. Foi responsável por criar leis que concediam bolsas de estudos em cursos superiores para alunos em situação de vulnerabilidade, além de criar o Dia do Professor, data que duas décadas mais tarde se tornou feriado escolar em todo o país. Pela longa trajetória e colaboração para a educação e população negra no Brasil, Antonieta de Barros está prestes a ser incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Seu nome foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e, agora, deve ser avaliado pelo Senado. O livro reúne cerca de 50 nomes, entre eles, Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I, Ana Néri e Luís Gama, além de ex-presidentes, como Getúlio Vargas e Tancredo Neves. *** FOME... O número de pessoas passando fome no Brasil quase duplicou em menos de dois anos. Segundo a pesquisa Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação (15,5% da população) — em 2020 eram 19 milhões (9,1% da população). Os pesquisadores também destacam que as famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais atingidas. *** PLURALIDADES... Um rapper negro, filho de brasileiros e nascido no Japão. TAB conversou com Luiz Alves, 23, um dos sonhadores da Who's Real, uma das batalhas de MCs mais populares de Tóquio. PUBLICIDADE | | |