Se você já se viu rolando infinitamente o feed de alguma rede social, saiba que caiu no "loop da dopamina", neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Pesquisas recentes mostram que esse banho de dopamina afeta o funcionamento do cérebro, sendo especialmente prejudicial para crianças e adolescentes. Viciados no prazer instantâneo dos vídeos curtos, eles não conseguem manter o foco em atividades simples, como a lição de casa ou um filme. O jornal The Wall Street Journal cunhou o termo "cérebro de TikTok" para descrever o fenômeno. "Como todo o conteúdo do TikTok é picotado para gerar recompensa imediata, não há construção de história e saga de personagem (...) Isso é um problema e tanto para um cérebro ainda em desenvolvimento. No futuro, ninguém vai querer esperar." psicóloga infantil Geovana Figueira Gomes Os dias antes das provas são os únicos em que os gêmeos Benjamim e Enzo, 12 anos, de Apucarana (PR), não tocam no celular. Foi a maneira que a advogada Franciele Gonçalves encontrou para driblar a desatenção dos filhos. "No dia a dia, a concentração deles não existe, porque o negócio é ver vídeo no TikTok, no YouTube. É uma briga diária! Você passa uma tarefa, não respondem e, depois de cinco minutos, perguntam: 'O que você falou mesmo?', diz Franciele. "A gratificação instantânea libera dopamina, neurotransmissor ligado às sensações de prazer e de reforço - o mesmo químico liberado com o uso de drogas. É um mecanismo que realmente vicia", diz John S. Hutton, pediatra do Cincinnati Children's Hospital Division, nos EUA. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL PRIME Reportagem de Glau Gasparetto e Julia Moióli PUBLICIDADE | | |