Meu nome é Camila Brandalise e eu sou repórter do UOL. Mas, se eu quisesse, poderia largar o jornalismo e virar aplicadora de botox. Pelos meus cálculos, três dias são suficientes. Por R$ 699 eu compro a toxina botulínica pela internet —conseguiria aplicar nas primeiras três pacientes. Aí faço um curso online, de 20 horas, para aprender o básico. E pronto, está resolvido. Mas claro que não vou fazer isso. Mesmo porque vai contra as normas brasileiras: só médicos e profissionais da saúde com formação específica em estética são autorizados a comprar esses produtos e oferecer esses serviços. O problema é justamente esse: muita gente sem formação nenhuma tem se aventurado na área pela facilidade de adquirir produtos e pela falta de fiscalização e punição. Sem o conhecimento profundo sobre anatomia humana e atendimento ao paciente, o que seriam algumas injeções simples para te deixar mais bonita viram cegueira, necrose, infecção bacteriana grave, entre outras complicações. Além disso, o Brasil vive uma queda de braço entre conselhos profissionais. A lei diz que só médicos podem fazer procedimentos invasivos. E os médicos dizem que botox e preenchimento, por exemplo, são invasivos. Mas dentistas, biomédicos e esteticistas dizem que não. Enquanto isso, os números de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil só crescem: entre 2018 e 2023, a alta foi de 56%. O dado é da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética e diz respeito somente às intervenções feitas por médicos, o que significa que esse crescimento deve ter sido ainda maior. Esse mercado borbulhante deu origem a um submundo das intervenções, com profissionais pouco capacitados, substâncias falsificadas e muitas complicações de saúde. Para os especialistas com quem conversei para a reportagem publicada hoje em UOL Prime, o cenário já está totalmente fora de controle. LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO UOL PRIME ASSISTA AO VÍDEO PUBLICIDADE |  | |