O aposentado Gerardo Rodrigues da Silva, 65, ficou mais de três anos preso após ser condenado a 15 anos por um assalto a banco ocorrido a quase 800 km de onde estava. O UOL reconta a história em vídeo, com auxílio de inteligência artificial. Com sua família, em Osasco, na Grande São Paulo, onde vive atualmente, Gerardo não consegue conter as lágrimas ao relembrar o que viveu na prisão. "Me prenderam como sendo outra pessoa. Fiquei três anos, dois meses e onze dias num lugar terrível de se viver", diz. O assalto ocorreu em Codó, no Maranhão, mas sete testemunhas afirmam que na data do crime Gerardo estava em Fortaleza. Um ofício do Banco Santander atesta que no dia do assalto ele havia realizado um saque, usando biometria, em uma agência da capital cearense. Gerardo foi condenado devido a erros de investigação e do processo judicial. Dois assaltantes foram mortos pela PM quando fugiam. No celular de um deles havia registro de ligações telefônicas recentes para um criminoso que estava na organização do roubo, Chico Justino, preso posteriormente. Em depoimento, Justino confessou o crime e disse que o mentor do assalto tinha o apelido de "Paulista". Os policiais voltaram ao celular do assaltante morto. Lá, encontraram um número telefônico com o DDD 11, de São Paulo, além de fotos de Gerardo, que era primo de segundo grau do ladrão morto. O aposentado morou em São Paulo por 44 anos e havia voltado ao Ceará para aproveitar a aposentadoria. O DDD e a foto foram suficientes para a polícia, o MP (Ministério Público) e o Judiciário concluírem que Gerardo era o "Paulista" indicado por Chico Justino. Gerardo nunca pisou no Maranhão. A investigação usou a foto de uma CNH antiga de Gerardo para que as vítimas o reconhecessem —esse tipo de reconhecimento é tido como ilegal. Outro reconhecimento ocorreu via internet, com Gerardo utilizando o uniforme da prisão e ao lado do réu confesso, Chico Justino, o que também é ilegal. Chico Justino afirmava que Gerardo não era o Paulista que citou quando foi preso. O verdadeiro Paulista, ligado a Chico Justino, era apelido de Marcos de Oliveira Silva, um dos criminosos mais procurados do Ceará.
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