Em fevereiro de 2020, quando eclodiu a pandemia de coronavírus, as chances de Bolsonaro de se reeleger eram de 80%, segundo o estudo de El-Dash. Três meses depois, com o agravamento da pandemia e o reflexo da paralisação da atividade econômica na vida dos brasileiros, a possibilidade de vitória do ex-capitão caiu para 34%. Em abril, porém, o governo pagou a primeira parcela do auxílio emergencial, no valor de R$ 600, e em outubro — sétimo e último mês da concessão do benefício— as chances de reeleição de Bolsonaro haviam subido para 88%. Foi o pico a que chegou o presidente. Com a suspensão do auxílio em outubro de 2020, a taxa despencou rapidamente, até chegar a 26% no início de abril de 2021 — mês em que o benefício foi retomado, mas com valor menor (máximo de R$ 375). Menor também foi o impacto da nova rodada do auxílio sobre as chances de vitória de Bolsonaro. O pico de 88% nunca mais foi atingido. A taxa máxima obtida pelo presidente durante a segunda rodada do pagamento do auxílio, que durou outros sete meses, foi de 40%. Nessa rodada, a última parcela do benefício foi paga em outubro de 2021 e, a partir daí, as chances de o presidente se reeleger voltaram a cair. Em dezembro, dois meses depois da suspensão do benefício e com apenas um mês de pagamento dos R$ 400 do Auxílio Brasil, o programa que substituiu o Bolsa Família, Bolsonaro chegou ao fundo do poço. Suas chances de vitória estavam em 13% — ou seja, tornaram-se praticamente inexistentes. A partir daí, a recuperação do ex-capitão deu-se em ritmo e intensidade bem menores do que na primeira rodada do pagamento do auxílio emergencial. Sua chance atual de reeleição, de 43%, foi calculada depois da divulgação das pesquisas Poder360 e DataFolha, na semana passada. |