Uma virada de Bolsonaro no Nordeste, por exemplo, onde ele está mais de 30 pontos percentuais atrás do ex-presidente Lula, já era vista como improvável pelos próprios marqueteiros do Palácio do Planalto. Na última quinta-feira, o Datafolha apontou que o crescimento do ex-capitão na região mal ultrapassou a margem de erro de quatro pontos percentuais para o segmento, apesar da chuva de benesses econômicas anunciadas pelo governo no último mês. E mesmo que o pagamento dos R$ 600 do Auxílio Brasil, previsto para ter início nesta semana, consiga lustrar a popularidade do ex-capitão na área, isso dificilmente irá mudar o vetor das pesquisas. "Ainda que Bolsonaro avance 5 pontos percentuais no Nordeste até a data da eleição, isso significará um crescimento de aproximadamente 2% no cenário nacional", afirma Moura. Nada que mude a vida de quem está, segundo o Datafolha, 18 pontos atrás do adversário. O Nordeste concentra 27% do eleitorado brasileiro, enquanto o Sudeste, com 42% dos eleitores, é o principal colégio eleitoral do país — só a cidade de São Paulo tem o mesmo número de votantes que a região Centro-Oeste do Brasil. |