Para Marcelo Tokarski, diretor do instituto FSB, a confirmação do resultado estatístico de ocorrência de segundo turno na eleição presidencial de outubro dependerá de duas questões principais. A primeira é a diferença na intenção de votos entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Para que o segundo turno aconteça, essa diferença terá de continuar encurtando — hipótese que Tokarski considera provável. "O efeito do Auxílio Brasil e dos outros benefícios ainda não se esgotou. O governo tem espaço para melhorar sua avaliação." Marcelo Tokarski, diretor do instituto FSB A segunda questão é o caminho que tomará o voto dos 15% de brasileiros que hoje afirmam apoiar outros candidatos que não Lula ou Bolsonaro. Se os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), por exemplo, decidirem mudar seu voto, e a maior parte desses votos migrar para Bolsonaro, isso pouco alterará o cenário atual. Isso porque, para que Lula ganhe no primeiro turno, ele precisa ter mais que a soma dos votos de todos os outros candidatos juntos. Como Bolsonaro faz parte do conjunto "todos os outros candidatos", a migração de votos para ele, dentro desse conjunto, não muda a vida de Lula. "O que mexeria na tendência de segundo turno seria a migração dos votos dos outros candidatos para Lula (...) Se os ciristas decidirem mudar seu voto e optarem por Lula, ele pode ganhar de 3 a 4 pontos percentuais no resultado consolidado." Marcelo Tokarski |