Historicamente, nos estados, entre as variáveis que podem contribuir para o aumento da abstenção no segundo turno está a ocorrência ou não de uma segunda rodada de votação para governador. Nos estados em que o nome do governador já está definido (neste ano, 14, mais o Distrito Federal) e onde, portanto, não haverá segundo turno, a abstenção tende a ser entre 1 e 2 pontos percentuais mais alta, afirma Maurício Moura. No sentido contrário, está a facilitação do transporte pelas autoridades municipais no dia da eleição, que puxa a abstenção para baixo. Em setembro, o partido Rede Sustentabilidade, coligado com o PT, havia pedido a obrigatoriedade do transporte gratuito em todo o Brasil nos dias 2 e 30 de outubro. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, porém, negou o pedido. Ele argumentou que a Justiça não pode obrigar as prefeituras a oferecer passe livre aos eleitores sem que elas tenham previsão orçamentária para tanto. Assim, a decisão sobre liberar ou não o transporte gratuito no próximo dia 30 dependerá dos prefeitos — e da pressão que sobre eles farão lideranças petistas, de um lado; e a máquina bolsonarista, de outro. |