"Pelo amor de Deus! Claro que não. Eu estou com ele onde ele for. A minha família está com ele onde ele for. Ele não deixou mácula. Tem uns aqui que reclamaram porque ele saiu do país, acham que ele deveria ter ficado. Mas, meu Deus, ele iria ser preso! Deixa ele descansar. O homem ficou quatro anos sendo massacrado. Ele era um cara que nos incorporava, que falava o que nós queríamos falar. Ele pegou todo mundo e falou: "Deixa que eu falo por vocês". Ele falava o palavrão dele e tal. Pô, eu gostava. Porque ele era ele. Mas eu ainda tenho fé. Eu não acredito no Congresso nem no Supremo, claro, mas eu acredito nas Forças Armadas. O outro tomou posse? E daí? Eu tenho esse lado policial, tenho treinamento, eu entendo essa demora. É uma estratégia. Se eu vou fazer uma operação no morro, eu não vou chegar lá e falar: "Senhor bandido, amanhã eu tô indo aí". Não é desse jeito. Eles [os militares] não podem chamar a atenção do mundo. Não tem um prazo, mas vai acontecer alguma coisa, escreve aí. Eu tenho fé." NO MADRAÇAL BOLSONARISTA - O acampamento em que Roberto ficou por dois meses com a sua família chegou a ter mais de 2 mil pessoas. Quando esta colunista esteve lá -- um dia depois do discurso de Bolsonaro e de sua partida para os Estados Unidos-- havia no local cerca de 100 barracas, algumas do tamanho de casas. Todos que circulavam pelo acampamento, inclusive crianças, usavam camisetas ou bonés verde-amarelos. Como num madraçal islâmico, megafones transmitiam sem parar discursos de apoio a Bolsonaro e de críticas ao PT.
- Segundo a polícia, esse acampamento serviu de base para o planejamento do atentado terrorista, frustrado pela polícia, que visava a impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo afirmou em depoimento George Washington Souza, preso em flagrante por tentar explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília.
- O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flavio Dino, havia dito que os acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis seriam desmontados até a posse de Lula. Agora, porém, o governo aposta numa desmobilização espontânea dos acampados. Dino determinou ao novo diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que conclua e instaure novos inquéritos contra atos antidemocráticos e "incitação das Forças Armadas a atos hostis contra os poderes constitucionais".
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