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Indústria de transformação terá um ano bastante duro pela frente

Especial para o UOL

13/02/2016 06h00

Estamos iniciando 2016 cientes de que teremos um ano bastante duro pela frente. Os indicadores econômicos atuais e as projeções para o ano não são nada animadores. O FMI (Fundo Monetário Internacional) sinaliza, por exemplo, uma queda de 3,5% no PIB brasileiro.

Ao que parece, continuaremos a conviver com uma das mais altas taxas básicas de juros do mundo, resultando em mais freio nos investimentos. A combinação desses fatores resultará em continuidade de queda da atividade produtiva, aprofundando a recessão e o desemprego.

Outro fator não mensurável, mas que pode agravar ainda mais o cenário econômico é a crise política instalada em Brasília, que torna o ambiente instável para qualquer tentativa de retomada da economia.

Além das dificuldades impostas pelo cenário econômico e pela crise política, também teremos que conviver com a extinção do programa PSI-Finame, perda da desoneração da folha de pagamento e fim do Reintegra, que eram medidas capazes de minimizar a perda de competitividade da já combalida indústria de transformação –ou seja, teremos grandes desafios pela frente.

Entretanto, em que pese os enormes desafios, nós –toda a diretoria e corpo técnico da Abimaq (associação das indústrias de máquinas e equipamentos) estamos e continuaremos motivados em defesa dos interesses da nossa indústria.

Vamos continuar trabalhando arduamente, apresentando propostas e cobrando ações do governo que possam contribuir para reverter a baixa competitividade do nosso país, um problema crônico decorrente da falta de medidas estruturantes capazes de colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento.

No campo político, continuaremos engajados em propor e cobrar ações que tenham foco na desoneração total dos investimentos, inovação, desenvolvimento tecnológico, mercado externo, defesa do mercado interno, melhores condições de financiamento e retomaremos a nossa batalha para implementação do Modermaq –Programa de Modernização do Parque Fabril Brasileiro.

Também já iniciamos gestões para obter um waiver(suspensão pelo prazo de um ano) dos financiamentos contraídos pelas empresas através do PSI-Finame, com o justo argumento de que essas empresas investiram na renovação de seus parques fabris acreditando em uma demanda que não aconteceu. Essa medida ajudaria a dar fôlego no caixa das empresas nesse momento bastante delicado.

No que se refere àquelas ações que não dependem do governo (as chamadas atividades “da porta para dentro”), iremos intensificar o nosso trabalho no sentido de buscar oportunidades nos mercados externo (aproveitando o bom momento da cotação do dólar) e interno (realizando eventos com grandes empresas que desejam nacionalizar componentes, partes e peças).

Promoveremos ações, cursos e treinamentos voltados para a gestão das empresas, com foco na melhoria da produtividade e estímulo à inovação, além de continuar prestando os tradicionais serviços já oferecidos pela entidade nas áreas jurídica, trabalhista, financiamentos, feiras, tecnologia, cursos, competitividade, dentre outros.

Os desafios estão colocados e são enormes! Vamos juntos, com o apoio das nossas empresas associadas, de ânimo renovado, continuar trabalhando em defesa dos interesses das nossas associadas, em defesa de uma indústria competitiva, que gera tecnologia e empregos de alto valor agregado.

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