Pampulha: de cartão-postal a patrimônio mundial
O título de Patrimônio Cultural da Humanidade recebido pelo Conjunto Moderno da Pampulha representa a concretização de um sonho e o reconhecimento do árduo trabalho de muitas pessoas. Depois da retomada da candidatura, em 2012, o cartão postal, tão valioso para Minas Gerais, agora recebe os holofotes do mundo e amplia ainda mais a responsabilidade sobre o complexo idealizado por Juscelino Kubitschek, com a contribuição de Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx, Cândido Portinari e outros modernistas.
O Conjunto inclui os edifícios e jardins da Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), construídos quase simultaneamente entre 1942 e 1943, além do espelho d´água e a orla da lagoa.
Para a capital mineira, o título recebido, além de uma demonstração da singularidade da Pampulha, evidencia a necessidade de cada vez mais investir na preservação histórica, cultural e ambiental, promovendo a conscientização sobre a responsabilidade com o patrimônio, de forma compartilhada entre poder público e população.
Somente no tratamento da lagoa, por exemplo, que inclui o desassoreamento, concluído em 2014, com a retirada de 850 mil m³ de detritos, e na limpeza do espelho d’água, que coleta mais de 10 toneladas de lixo diariamente, há o incansável trabalho das equipes técnicas e um investimento financeiro expressivo dos cofres municipais, com a parceria do governo estadual, por meio da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e do governo federal. Assim, como forma de conscientizar e punir, são imprescindíveis e inevitáveis medidas que apliquem multas pesadas a quem promover a poluição da lagoa e dos córregos que deságuam nela.
Fazer parte da lista de patrimônios culturais da humanidade –são apenas 20 no Brasil– é importante também pelo compromisso de proteção da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação) e de todos os 190 países signatários da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. Além disso, o aporte de recursos e a valorização dos patrimônios culturais mundiais tendem a contribuir para fomentar o turismo. Assim, Belo Horizonte reafirma sua posição no mapa de destinos internacionais, o que influencia diretamente no desenvolvimento e na geração de trabalho, emprego e renda no município.
Para Belo Horizonte, o título da Unesco é um compromisso da cidade com sua paisagem e arquitetura. Para Minas Gerais, é mais um reconhecimento histórico e, para o Brasil, o título é um incentivo à valorização do patrimônio, da cultura nacional e da preservação ambiental.
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