A candidata do PMDB a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou no debate Folha/SBT/UOL que seus aliados Andrea Matarazzo (PSD), vice na sua chapa, e Gilberto Kassab (PSD) mentiram ao acusá-la de ter provocado um rombo nas finanças da prefeitura, durante seu mandato, entre 2001 e 2004.

"[Eles] mentiram, [risos] porque o que eu posso falar, o próprio secretário de finanças do Serra, Mauro Ricardo, deu atestado que eu tinha deixado dinheiro em caixa", afirmou Marta. "Isso faz parte da política, digo que eles exageraram, me magoaram muito na verdade porque criaram uma diversidade até, para a cidade", completou Marta.

A acusação de ter deixado a prefeitura "quebrada", lembrada no debate pelo repórter da "Folha de S.Paulo" Fernando Canzian, aconteceu em 2005 e foi repetida várias vezes pelos seus então adversários Andrea Matarazzo, na época do PSDB, Gilberto Kassab (na  época do DEM) e o chanceler José Serra, que a sucedeu na administração de São Paulo. Serra, apesar de ser do PSDB -- partido de Doria Jr. --, é grande amigo de Matarazzo e faz parte do governo Michel Temer, que apoia a candidatura da senadora. 

"Não foi certo o que fizeram..., foi muito ruim para mim, mas quando você perde a eleição, ninguém quer te ouvir, não é? Eu estou tendo muita alegria de poder esclarecer isso aqui", finalizou.

A candidata também defendeu a construção de mais CEUs (Centros Educacionais Unificados). "Os CEUs são o melhor investimento que já foi feito na história da cidade", defendeu. "Vou fazer nos lugares mais necessitados da cidade", prometeu.

Serra, Kassab e Matarazzo foram adversários ferrenhos de Marta, quando ela era uma das principais lideranças do PT na capital paulista.

Serra, cujo vice em sua chapa era Kassab, venceu Marta na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2004, dizendo que ela tinha promovido uma "bagunça" na administração municipal.

Matarazzo, então liderança do PSDB, disse que a gestão de Marta tinha sido uma "tragédia".

Em julho deste ano, quando desistiu de sua candidatura e se uniu a Marta como vice dela, Matarazzo disse que as críticas a ela tinham ficado "no passado".

Serra, hoje ministro das Relações Exteriores do governo Temer (PMDB), foi apontado como o principal articulador da união de Matarazzo, seu aliado, com Marta. O objetivo seria se contrapor à candidatura de João Doria (PSDB), bancada pelo governador Geraldo Alckmin.