Russomanno diz que, se houver irregularidade, seu coordenador será afastado

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

O candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou que o coordenador de sua campanha, Marcelo Squassoni, suspeito de usar notas frias para justificar gastos parlamentares, "está sendo vítima de coação". O candidato declarou ainda que a Polícia Federal abriu o inquérito para averiguar o caso e que, se irregularidades forem comprovadas, o coordenador será afastado de sua campanha.

Na última terça-feira (20) o UOL revelou que o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP) usou notas fiscais de uma empresa que só existe no papel para justificar um gasto de R$ 28 mil de sua cota parlamentar, dinheiro público destinado aos parlamentares para custear despesas como passagens aéreas e manutenção de escritórios políticos.

Russomanno respondeu ao questionamento feito pelo jornalista do UOL Diogo Pinheiro, durante o debate UOL/Folha/SBT com os candidatos a prefeito de São Paulo, que está sendo realizado nesta sexta-feira (23).

"Tenho aqui em minhas mãos o documento pedindo à Polícia Federal a apuração dos fatos, para mim, as coisas têm que ser transparentes, está aqui, o documento, protocolado, faço chegar às suas mãos, tem número de inquérito já instaurado que é 82/80 de 2016, na Polícia Federal. Órgão competente para apuração dos fatos", disse Russomanno.  

O candidato acrescentou: "Marcelo disse para mim que está sendo vítima de coação. Então, eu quero apuração dos fatos o mais rápido possível, se houver alguma coisa irregular, ele será afastado da campanha."

Notas frias

Entre setembro de 2015 e maio de 2016, a Tess Tecnologia em Sistemas de Seguranças Ltda emitiu oito notas no valor de R$ 3,5 mil cada uma para serviços de manutenção de sistema de alarme e monitoramento do escritório político de Squassoni no Guarujá (SP), base eleitoral do deputado, mas o dono da empresa, José Eduardo dos Santos, diz que os serviços nunca foram prestados. Santos denunciou Squassoni ao MPF-SP (Ministério Público Federal).

Squassoni nega qualquer tipo de fraude na prestação de contas e diz ser vítima "de uma armação de adversários políticos do Guarujá". O deputado informou que pediu para a Polícia Federal investigar o caso. Segundo o parlamentar, as notas fiscais "foram devidamente apresentadas, pagas e reembolsadas" pela Câmara dos Deputados após minuciosa análise de documentação.

Empresário acusa deputado federal de usar "notas frias"

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