Carlos Eduardo (PDT) é reeleito no 1º turno e comandará Natal pela 4ª vez
Colaboração para o UOL
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Reprodução/Facebook
Carlos Eduardo Alves faz carreata durante campanha pela reeleição em Natal
Carlos Eduardo Alves (PDT) foi reeleito prefeito de Natal neste domingo (2) no primeiro turno e comandará a capital potiguar pela quarta vez. Com 95% dos votos apurados às 18h30, Carlos Eduardo registrava 63,2% dos votos, contra 13,4% de Kelps Lima (SD).
Em terceiro lugar, aparecia Fernando Mineiro (PT), com 10,2%. Na sequência, a apuração do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) mostrava Robério Paulino (PSOL), com 6,92% dos votos; Márcia Maia (PSDB), com 5,53%; Rosália Fernandes (PSTU), com 0,4%; e Freitas Júnior (Rede), com 0,27%.
Em sua página oficial no Facebook, logo depois de confirmada a vitória, Carlos Eduardo divulgou uma breve mensagem em texto e áudio: "Muito obrigado, Natal".
Advogado, Carlos Eduardo Nunes Alves é natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 5 de junho de 1959. Em 2000, Alves foi eleito vice-prefeito de Natal, mas, com a renúncia da então prefeita, Wilma de Faria (PSB), para candidatar-se ao governo do Estado, em 2002, ele tomou posse do cargo. Na eleição seguinte conseguiu ser reeleito e governou a cidade até 2008.
Alves é de família tradicional na política do Rio Grande do Norte. O pai dele, Agnelo Alves, foi prefeito de Natal e deputado estadual. Ele é ainda sobrinho do ex-governador e ex-ministro de Estado Aluísio Alves, primo de Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo no governo Dilma e ex-presidente da Câmara, e primo de Garibaldi Alves Filho, senador e ex-presidente do Senado. Os Alves têm integrantes filiados ao PDT e ao PMDB. No entanto, os parentes famosos evitaram aparecer na campanha.
Em 2010, concorreu ao cargo de governador do RN, mas não foi eleito. Em 2012, candidatou-se à prefeitura de Natal com Wilma Faria como sua vice. Ficou em primeiro lugar, com 153.464 votos válidos (40,42%), mas foi para segundo turno com o concorrente Hermano Moraes (PMDB). Alves obteve 214.687 votos e foi eleito com 58,31% dos votos válidos.
Com dois parentes (Henrique e Garibaldi) investigados pela Operação Lava Jato, opositores de Carlos Eduardo, o criticaram. Opositores afirmaram ainda que obras que Carlos Eduardo executou em Natal para a Copa foram "maquiadas", porque não resolveram os problemas de mobilidade na cidade.
Por sua vez, Alves evitou o embate direto nos debates com os opositores e evitava responder sobre os familiares. Com a predileção do eleitor, Alves saiu às ruas para fazer corpo a corpo com eleitores em comunidades carentes.
Dentre as obras da administração dele estão a construção de corredor semi-exclusivo de ônibus na avenida Salgado Filho, uma das principais vias públicas de Natal, o complexo viário do Arena das Dunas, e túnel na avenida Capitão Mor Gouveia e rua Raimundo Chaves. Além disso, recuperou a área de deslizamento do morro de Mãe Luiza, atingida pelas chuvas em 2014.
As pesquisas eleitorais apontaram uma constante vantagem dele sobre os demais candidatos, com até 45 pontos percentuais a mais que o segundo colocado. Estimativas também apontaram que ele era o candidato com menor índice de rejeição, com 18%.
Numa coligação que reuniu seis partidos (PDT, PMDB, DEM, PR, PRB e PTB), Alves teve tempo de 4 minutos e 3 segundos na propaganda eleitoral na TV— quase o dobro que a segunda candidata Márcia Maria, que obteve 2 minutos e 10 segundos. Além disso, ele foi o candidato com mais dinheiro em caixa, com R$ 619.550,00 até o dia 26 de setembro, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Deste montante, o maior gasto foi com serviços prestados por terceiros (R$ 406.403,27). A campanha de Alves contratou o valor total de R$ 705.146,17.
Dados socioeconômicos
Carlos Eduardo Alves continuará a governar uma cidade com 803.739 mil habitantes, segundo dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 15 bilhões (segundo os dados mais recentes do IBGE, de 2014), Natal tem índice de mortalidade infantil de 12,06 por mil nascidos vivos (a média do Brasil é de 12,89 por mil), segundo dados do IBGE de 2014; taxa de analfabetismo de 10,15% (no Brasil a taxa é de 11,82%), 53 homicídios por arma de fogo por cem mil, segundo o Mapa da Violência 2016. (5º pior índice entre as capitais brasileiras) e 23,99% de domicílios com renda per capita mensal de até meio o salário mínimo, de acordo com dados do IBGE de 2010.
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