Ex-goleiro e ex-presidente do Atlético-MG vão disputar segundo turno em BH

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

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    João Leite (PSDB), à esquerda, e Alexandre Kalil (PHS), à direita, duelam no 2º turno

    João Leite (PSDB), à esquerda, e Alexandre Kalil (PHS), à direita, duelam no 2º turno

O deputado estadual João Leite (PSDB), 60, e o empresário Alexandre Kalil (PHS), 57, vão disputar o segundo turno em Belo Horizonte (MG). Ambos são egressos do campo político ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Com 92% das urnas totalizadas, João Leite tinha 33,6% dos votos, enquanto Kalil obteve 26,5%.

Durante a definição das candidaturas, houve uma divisão nesse grupo. O atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), tentou alçar voo por conta própria ao bancar a candidatura de seu vice, Délio Malheiros (PSD). Já o ex-presidente do Clube Atlético Mineiro Alexandre Kalil saiu candidato pelo PHS, encarnando na campanha o 'anti-político'.

"Muito obrigado por essa vitória que vocês me deram no primeiro turno, vamos com tudo para o segundo turno e quero contar com vocês novamente. Quero encontrar com vocês nas ruas", disse o candidato do PSDB, em um vídeo a seus eleitores no Facebook.

"Obrigado, gente. Agora, no segundo turno, vamos mostrar como fazer para BH funcionar", escreveu Kalil nas redes sociais após a confirmação do resultado.

João Leite e Alexandre Kalil lideravam as pesquisas Ibope/Rede Globo e Datafolha divulgadas no sábado (1º). Pelo Ibope, João Leite tinha 41% das intenções de votos válidos, e Kalil, 29%. Pelo Datafolha, o tucano tinha 39% e Kalil, 23%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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Assim como Kalil, Leite também tem relação com o Atlético. Ele foi goleiro do clube por 12 anos, além de ter sido vereador em Belo Horizonte entre 1993 e 1994 e deputado estadual há seis mandatos consecutivos pelo PSDB em Minas Gerais. Esta foi a terceira vez que concorreu ao cargo de prefeito --ele foi derrotado nos pleitos de 2000 e 2004.

Seu nome foi escolhido após inúmeras tentativas de composição do grupo político ligado a Aécio, diante da resistência de Lacerda à candidatura de Leite. Poste do tucano em 2008, Lacerda foi o candidato à prefeitura com apoio de Aécio e do governador mineiro, Fernando Pimentel (PT).

Kalil foi presidente do Clube Atlético Mineiro e usou o prestígio no cargo após o clube vencer a Copa Libertadores da América, em 2013, para se tornar político. Em 2014, se filiou ao PSB, mas foi preterido na disputa ao Senado e a uma cadeira na Câmara dos Deputados. Dois anos depois, entrou no PHS para poder concorrer à prefeitura e construiu sua candidatura com apenas 23 segundos diários de TV e rádio.

Filho de ex-presidente do clube, ele ocupou a diretoria de futebol e a presidência do Galo, entre 2008 e 2014, período de conquistas importantes do time, e também é engenheiro civil.

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Saúde preocupa

Quem vencer vai administrar uma cidade com 2,5 milhões de habitantes. Com um PIB per capita de R$ 32.844 (de acordo com dados de 2013 do IBGE), Belo Horizonte tem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,810, considerado muito alto segundo ranking das Nações Unidas. Dados do Fórum Nacional de Segurança Pública, calculam uma taxa de 30,8 homicídios por 100 mil habitantes, entre as 20 cidades mais violentas do país.

De acordo com levantamento feito pelo Ibope durante a campanha eleitoral, 60% da população acha que a saúde é a área mais problemática.

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