Doria diz que não elevará impostos e que manterá tarifa de ônibus em 2017

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria Júnior (PSDB), descartou que haverá aumento de taxas e impostos, além da tarifa de transporte coletivo, atualmente em R$ 3,80, durante todo o ano de 2017. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (3), em entrevista coletiva no comitê de campanha dos Jardins, pela primeira vez depois de ele se eleger.

"Vamos falar de maneira clara: com taxas e impostos em 2017, [não haverá] nenhuma mudança, provavelmente depois também. Mas vamos ser claros: eu tenho responsabilidade, e a minha responsabilidade me dá o direito e a oportunidade de afirmar quem em 2017 não teremos nenhum aumento de impostos ou de taxas e nenhum aumento de tarifas", disse o prefeito eleito, que completou: "Ao longo do ano vamos verificando e conversando –mas minha índole não é para criação de impostos", declarou.

O tucano também informou que sua equipe de governo será anunciada até o dia 30 de novembro. A data vale para a divulgação dos nomes dos novos secretários e dos "prefeitos regionais", nomenclatura que substituirá os atuais subprefeitos. Sobre esse último grupo, o tucano disse que adotará como critérios de contratação "um currículo mínimo", a residência nas áreas das subprefeituras e ficha limpa.

Sobre o plano de "desestatização da Prefeitura", um dos motes de sua campanha, Doria antecipou que o Anhembi será o primeiro bem municipal a ser privatizado em sua gestão. Já o estádio do Pacaembu, segundo o tucano, será concedido à iniciativa privada por dez ou 15 anos apenas para finalidade de futebol. As datas para essas ações, no entanto, não foram anunciadas.

Doria: estudarei a diminuição de velocidade caso a caso

O tucano evitou polemizar com o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, que hoje, em entrevista ao UOL, classificou como "oportunista" o discurso de Doria de que não seria político, mas "gestor". "Respeito o Alberto Goldman", resumiu.

Na entrevista coletiva, em mais de uma ocasião o futuro prefeito fez menção a não aceitar "partilha política nenhuma" para governar. "Não tem jogo perigoso, da velha política, do toma lá, dá cá", mencionou. "Mas os vereadores que foram eleitos e merecem nosso respeito, se desejarem conversar, conversaremos em termos republicanos –sem nenhum interesse partidário ou individual". Indagado se o aviso valeria também para o PSDB, o prefeito eleito declarou: "Serve para todos, inclusive para o PSDB."

Dos caciques tucanos que já participaram ou correm por fora pelas eleições de 2018, o único a não cumprimentar Doria pela vitória, segundo o próprio prefeito eleito, foi o ministro das Relações Exteriores, José Serra --que, nas prévias tucanas vencidas por Doria, apoiou Andrea Matarazzo, agora no PSD.

"[Serra] tem seu pensamento, ele tem seu comportamento. Vencidas as prévias, não fez nenhuma manifestação que pudesse mostrar um sentimento antitucano. Ele foi discreto", minimizou.

Hoje à noite, Doria se reúne com seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, para definir uma grade de parcerias entre as duas administrações em diferentes áreas --a começar na saúde, já em janeiro, com um programa que tem a promessa eleitoral de zerar uma fila de 500 mil pessoas que aguardam para realização de exames. Além do Estado, a prefeitura deverá recorrer também a hospitais da rede privada.

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